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Boi China: Entenda este termo e sua importância para o mercado bovino brasileiro

Você sabe se a sua produção está preparada para o mercado internacional? Aliás, você sabe se está preparado para o boom do Boi China?

É fato: nosso mercado pecuário já tem plena ciência de que a China tem a porta mais aberta para a nossa expansão – sobretudo a financeira. Mas quais são as características necessárias para que o famigerado Boi China consiga ingressar nesse mercado tão exigente?

Mas, sim, as relações comerciais entre o Brasil e a China, em termos de gado e pecuária, estão cada dia mais aquecidas. E para tomar conhecimento sobre toda essa questão mercadológica da carne entre essas nações tão distintas, é preciso de muito estudo!

Neste post, você vai entender a relação comercial entre ambas as nações, entender o que é o Boi China e a sua importância para o mercado. Quer saber mais? Então acompanhe a leitura!

O que é o Boi China?

O crescimento significativo das exportações nos últimos dois anos no mercado brasileiro tem levado pecuaristas e agentes da indústria da carne a procurar informações sobre os requisitos exigidos pelos mercados compradores da carne bovina brasileira. 

E o que não sai da boca do povo é um termo conhecido carinhosamente como o Boi China. Hoje em dia, o país asiático é responsável por cerca de 40% de basicamente tudo o que é vendido pelo Brasil, em termos de agropecuária. 

Esse registro de 40%, aliás, é de 2020. E desde então, ele não parou de crescer e se manter firme. Parte disso, se deve ao Boi China.

vaca nelore
A JBS sugere que o Brasil expanda seu foco além da China e se atente ao mercado de exportação em geral. Isso se deve ao fato de que 80% das exportações de carne brasileira são destinadas a países que demandam animais mais jovens.

O Boi China difere em que do restante das carnes exportadas pelo mercado brasileiro nos últimos anos: trata-se de um gado criado em território brasileiro com, no máximo, quatro dentes incisivos e menos de trinta meses.

Características do Boi China 

De maneira resumida, um Boi China é um tipo de gado que conta com todos os pré-requisitos para ser exportado para o mercado asiático. E para isso, ele precisa cumprir uma série de pré-requisitos.

O principal ponto para um gado chamar interesse do mercado chinês é a idade. A China se interessa apenas por animais com, no máximo, 30 meses de idade. Essa verificação é feia por meio da dentição da espécie – geralmente, animais até 30 meses contam com, no máximo, quatro dentes incisivos permanentes.

A regulamentação também vem por meio do Guia de Trânsito Animal (GTA) especificando a idade compatível. Importante também o animal não contar com indícios de febre aftosa – fator também reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outras exigências do mercado chinês também envolvem: 

  • O GTA deve especificar a idade do animal para a exportação; 
  • A espécie deve ser passível de rastreabilidade;
  • O animal não pode ter estado em quarentena, nem sob restrição veterinária, por até um ano antes da exportação;
  • O bovino também não pode ter consumido nenhum produto de origem da sua espécie. As únicas exceções são leite e derivados;
  • O animal não pode ter utilizado nenhum suplemento, ou medicação veterinário proibido na China, ou no Brasil (controlados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária);
  • Na inspeção pós-abate, a espécie não pode apresentar nenhum sintoma, ou lesão, de doenças como tuberculose e/ou brucelose;
  • O produtor precisa estar consoante as normas de controle de resíduos e contaminantes do Governo Brasileiro que, por sua vez, são controlados por inspeção federal.

Resumidamente, os animais que chamam atenção do mercado chinês são cada vez mais jovens, oferecendo uma carcaça com qualidade de exportação.

Em outras palavras, são aqueles que contam com uma camada de gordura ideal – pré-requisito para tornar a carne mais suculenta e macia o possível. Além de, claro, serem espécies submetidas a rigorosos controles sanitários, no Brasil e na China.

Leia também: 5 dicas para criação de gado nelore

Quais os outros cuidados que o Boi China precisa ter?

Na seção acima, destacamos alguns dos principais fatores que o mercado chinês exige para adquirir o gado brasileiro. No entanto, existem especificações ainda mais importantes. Por isso, separamo-as aqui para melhor compreensão. Confira:

Alimentação

Exceto pelo leite e outros produtos lácteos, gelatina e colágeno preparados a partir do couro ou pele de outros animais – como mencionados anteriormente, os bovinos não podem receber substâncias provenientes de ruminantes, como bovinos, ovinos ou caprinos. 

Ademais, é necessário que os bois também nunca tenham sido tratados com medicamentos veterinários ou suplementos alimentares proibidos tanto na China quanto no Brasil. 

Para ver quais são esses produtos, visite o porta da Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China, enquanto o Ministério da Agricultura do Brasil trabalha em conjunto com os produtores para comunicar quaisquer atualizações.

Abate

Segundo as normas de abate, as espécies não podem apresentar nenhum sintoma, ou lesão compatível, com enfermidades como brucelose ou tuberculose – essas inspeções, inclusive, devem ocorrer antes e depois do processo de abate dos animais. 

Esse fator é empregado, pois, qualquer problema considerando as situações supracitadas, podem impedir o envio de praticamente toda e qualquer proteína produzida. 

É dever do pecuarista também concordar com o plano de controle de resíduos e contaminantes do governo brasileiro. O órgão é responsável por testar amostras de animais encaminhados para abate em estabelecimentos sob inspeção federal. 

Pode parecer exagero, mas é uma medida fundamental com o intuito de promover a segurança química dos alimentos de origem animal vindos do país – e que podem espalhar contaminações caso não atinjam os critérios de qualidade.

Cuidados na propriedade 

Por fim, é de suma importância que as propriedades que abrigam o gado não contem com casos de Bovine Spongiform Encephalopathy (BSE) — enfermidade popularmente conhecida como doença da vaca louca.

Outros problemas que também não podem ser registrados nos viveiros envolvem estomatite vesicular, antraz, diarreia viral e outras doenças nos últimos seis meses antes da exportação. 

Adicionalmente, o gado não pode ter estado sob restrições veterinárias de quarentena no último ano antes da exportação.

Leia também: Tendências para a pecuária em 2023

Brasil e China: o mercado e a relação entre ambas as nações e a queda do preço

Em 2022, segundo o Summit Agro, o Brasil bateu recordes de exportação de carne bovina para a China: chegando a exportar de 17 a 19% da produção interna para lá.

encontor brasil e china
(Michel Temer, CC BY 2.0 https://creativecommons.org/licenses/by/2.0, via Wikimedia Commons)

Apesar do aumento significativo das exportações de carne para a China, no entanto, os valores pagos por eles foram baixos. Isso é um resultado da queda dos preços do boi gordo no mercado interno brasileiro.

Essa desvalorização acontece porque estamos com o ciclo da pecuária em baixa. Basicamente, há muita oferta de animais no mercado, em simultâneo, há diminuição da demanda interna por carne bovina. 

Já a importação do Boi China, por exemplo, foi responsável, aproximadamente, por apenas 15 a 18% da formação do preço da carne do nosso país. Esse, por sua vez, se tornou o principal fator de precificação da oferta interna do produto.

Leia também: Intensificar a recria do gado traz ganhos à pecuária e lucratividade ao produtor

Por que o boi China é tão importante para o nosso mercado?

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a China, incluindo Hong Kong, adquiriu 56,5% da carne bovina brasileira no período acumulado de janeiro a maio de 2020.

Além de se destacar em termos de volume, a China também paga até o dobro do preço oferecido no mercado interno brasileiro pela carne bovina, levando em consideração os preços no atacado.

Considerando essa perspectiva, os frigoríficos ainda oferecem um bônus de R$ 5 a R$ 15 por arroba para animais que atendam aos requisitos exigentes do mercado chinês. E é por isso que é essencial ter ciência sobre o padrão exigido pelo país asiático para os nossos bovinos.

Lembram do que foi dito anteriormente? O que vai definir o preço da arroba do boi gordo brasileiro são as flutuações do ciclo da pecuária.

Durante períodos de baixa no mercado da carne, quando há uma oferta elevada de animais e uma demanda interna reduzida pelo produto, os pecuaristas necessitarão de um estímulo adicional para manterem sua produção de carne de fato.

A recria do gado tem por objetivo a engorda, o ganho de gordura subcutânea e a otimização da carcaça para a fase de acabamento do gado de corte.
A recria do gado tem por objetivo a engorda, o ganho de gordura subcutânea e a otimização da carcaça para a fase de acabamento do gado de corte.

Nesse sentido, o mercado internacional, sobretudo o chinês, que conta com a maior fatia das exportações de nossa commodity, alivia a pressão sobre a pecuária nacional durante os períodos de baixa demanda interna.

Por fim, o consumidor oriental busca carne macia com marmoreio. E a pecuária brasileira possui isso de sobra – para a sorte do nosso PIB!

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