Raças de boi mais caras do mundo: luxo, genética e alta produtividade
É verdade que a indústria pecuária pode oferecer oportunidades financeiras significativas para seus produtores. No entanto, existem algumas raças cujos valores são impressionantes! Conheça aqui as raças de boi mais caras do mundo.
Sim, é verdade: existem raças de bois mais caros que a sua casa, o seu carro, sua casa de férias – e todos eles juntos. Pode não parecer, mas os números da pecuária nacional são incríveis e bastante altos, oferecendo muitas oportunidades financeiras para quem está atuante no segmento.
Isso somente é possível porque a indústria pecuária é uma das mais tradicionais e importantes do mundo – não somente do Brasil, vale notar! Pudera: a pecuária é responsável por fornecer couro, carne e diversos outros produtos e derivados que se tornaram absolutamente comuns e necessários para o dia a dia de todos.
Sem contar que, durante todo esse tempo, a criação seletiva de gado tem gerado uma enorme garantir e diversidade de raças e espécies, cada qual com características específicas e adaptadas a diferentes condições climáticas e propósitos.
Por esses e tantos outros motivos que o gado se tornou um verdadeiro luxo, capaz de ser vendido até mesmo por valores exorbitantes.
De fazendas luxuosas a leilões concorridos, esses animais impressionam não somente pelo seu porte majestoso, mas também pelos investimentos vultuosos que representam. E neste post, vamos apresentar as raças de boi mais caras do mundo.
Quer saber mais? Basta continuar a leitura!
Conheça as raças de boi mais caras do mundo
Segure o queixo: aqui você vai conhecer algumas das raças bovinas mais exclusivas e valiosas. Mergulhe nos fascinantes atributos e qualidades das espécies que serão listadas aqui.
Isso vale para todos, seja você um entusiasta, um produtor (a) ou um simples curioso (a), vamos te mostrar aqui algumas das raças de boi que conquistaram os corações – e principalmente os bolsos – das grandes fazendas de criação espalhas pelo mundo.
Confira as raças de boi mais cara do mundo – e se impressione com o valor do gado no mercado mundial:
Simental
A raça Simental, originária da Suíça, destaca-se por oferecer uma notável produção tanto de carne quanto de leite. Com o segundo maior plantel no mundo, seus representantes apresentam precocidade produtiva e reprodutiva, além de um rápido crescimento.
No Brasil, os primeiros exemplares da raça chegaram em 1904 e, atualmente, ela é amplamente utilizada em cruzamentos, especialmente com animais da espécie zebuína. Essa prática, por sua vez, oferecer uma excepcional adaptabilidade, vigor e habilidade materna ao rebanho.
Quando voltada para a pecuária de corte, a raça se destaca pela carne macia e marmorizada, com gordura entremeada entre as fibras, o que lhe assegura um bom posicionamento no mercado tanto no Brasil como no mundo, similar a outros bovinos de corte.
As vacas dessa raça geralmente têm altura variando de 135 a 150 cm e peso entre 700 a 900 kg, enquanto os touros podem atingir de 150 a 160 cm de altura e pesar em torno de 1300 kg.
Entre seus outros atributos físicos, os bovinos da raça apresentam uma notável variação de cor, que pode variar de tons de ouro a vermelho com branco.
Eles podem ter manchas em fundo branco, assim como a cabeça, que também é branca, com exceção dos pigmentos ao redor dos olhos. Quanto aos chifres, alguns podem ter e outros não.
O bovino Simmental mais caro já vendido foi um gigantesco touro chamado BLL Kalibre 762E. Ele foi negociado entre criadores canadenses em 2019, rendendo um lucro de U$206.000 dólares (R$ 988.800, considerando a atual cotação de dólar para real de R$ 4,80).
Raças de boi mais caras do mundo: Limousin
Originária da Zona Centro-Sul da França, a raça Limousin é reconhecida como uma das raças de boi mais caras do mundo pela produção de carne macia e saborosa, facilidade no parto e alta produção de leite.
Os animais dessa raça têm porte médio e são considerados por muitos criadores como uns dos melhores do mundo, graças ao contínuo trabalho de melhoramento genético realizado nas últimas décadas.
A raça Limousin também conta com outras vantagens fundamentais, como fácil devido à docilidade do gado, boa rusticidade e alta capacidade de adaptação a diferentes condições climáticas.
Além disso, os animais dessa raça têm menor consumo alimentar, maior longevidade, precocidade, maior rendimento de carcaça, fácil ganho de peso e são altamente flexíveis no mercado.
Atualmente, o Brasil possui um extenso rebanho desta raça, com aproximadamente 10.000 animais puros registrados. Enquanto isso, na França, seu país de origem, há atualmente cerca de 900 mil vacas em reprodução, sendo que 10% delas são cuidadosamente selecionadas como matrizes para a formação de planteis.
O bovino mais caro da raça Limousin foi vendido na Irlanda por US$227.680 (R$ 1.091.780,00) em 2015.
Brahman
O Brahman, reconhecido também como Zebu ou Bos indicus, é uma das raças de boi mais caras do mundo que tem sua origem nos Estados Unidos. No entanto, é importante ressaltar que essa raça é o resultado de um cruzamento cuidadoso entre quatro distintas raças indianas: Nelore, Guzerá, Gir e Krishna Valley, todas indianas.
No Brasil, a introdução da raça ocorreu no ano de 1994, somente após uma alteração na legislação pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e pela Associação Americana de Criadores de Brahman (ABBA). Desde então, os números da raça no país só aumentaram.
Também no nosso país, criadores agropecuários buscaram desenvolver a genética da espécie graças a mostras, laboratórios e pesquisas de países como Colômbia, Estados Unidos, Argentina e Paraguai.
Além disso, o Brahman é reconhecido como a raça de zebu mais criada globalmente, com mais de 60 associações formais que regulam os registros de qualidade, promovem a raça e estabelecem um código de ética – e espalhadas pelos cinco continentes, destacando a ampla presença e popularidade do gado.
A raça conta com características que a tornam altamente versáteis ao clima tropical brasileiro: adaptação a pastagens mais rústicas, resistência a insetos e doenças, e facilidade a climas variados.
Quanto às fêmeas, além de contarem com habilidade materna, elas desempenham um papel importante na reprodução assistida, utilizadas em programas de inseminação artificial, transferência de embriões e fertilização in vitro.
A Nobbs Cattle Company (NCC) na Austrália vendeu um touro Brahman de dois anos por U$250.000 (R$ 1.200.000) em 2017, estabelecendo um recorde mundial para a raça.
Raças de boi mais caras do mundo: Wagyu
Originária da Ásia e introduzida no Japão, a raça Wagyu é famosa por apresentar um alto grau de marmoreio na carne, o que lhe confere uma maciez inigualável. Essa carne também é conhecida mundialmente como Kobe Beef.
Os bovinos da raça Wagyu também apresentam uma notável capacidade de conversão alimentar eficiente, além de uma maior habilidade para depositar gordura entre as fibras musculares.
A raça Wagyu tem características reprodutivas distintas em comparação com raças europeias, como a Angus. Ambos os machos e fêmeas da raça Wagyu atingem a puberdade em idades mais precoces. Os touros dessa raça exibem uma libido mais elevada e níveis mais altos de testosterona.
Outra característica vantajosa da raça Wagyu é a facilidade de parto, evitando problemas de partos distócitos, o que a torna ideal para utilização em novilhas de primeira cria. Além disso, os animais da raça Wagyu não são de grande porte, o que reduz os gastos com suplementação alimentar em sua dieta.
Há registros de uma novilha da raça que foi vendida por U$400.000 (R$ 1.920.000) e foi provavelmente utilizada para produzir a cobiçada carne Matsusaka Wagyu.
Hereford
Embora a raça Hereford seja originária da Inglaterra, seus primeiros exemplares chegaram a solo nacional por meio do Uruguai e da Argentina. Desde então, ela se tornou uma das raças de boi mais criadas no Brasil.
Devido ao seu notável desempenho e facilidade no manejo, os bovinos da raça se tornaram amplamente populares pelo mundo, passando a ser reconhecidos como uma das raça mais fundamentais do setor.
Eles também são conhecidos por seu grande porte e notável estrutura muscular. Apesar disso, são bastante dóceis no campo – facilitando o manejo para a mão de obra. Adicionalmente, contam com alta fertilidade, longevidade e eficiência alimentar, além de possuírem rusticidade e adaptabilidade a diversos sistemas de produção.
Outra de suas marcantes características são a capacidade de engorda e acabamento de carcaça.
Os bovinos da raça Hereford também conseguem alcançar o peso adequado para o abate a partir dos 20 meses de idade – ou 26, em alguns casos. A distribuição uniforme de gordura na carcaça resulta em uma carne com aparência marmorizada e de alta qualidade, o que os torna bastante valorizados no mercado.
Leia também: Boi China -> Entenda este termo e sua importância para o mercado bovino brasileiro
Holstein-Frísia
Também chamado de Gado Holandês, a raça o Holstein-Frísia é conhecida pela produção de carne e produção leiteira. Atualmente, é a raça que mais produz leite no mundo, o que torna esse bovino uma referência nesse setor.
Com ótima adaptação a diferentes climas, essa raça de gado é uma das mais amplamente distribuídas em todo o mundo, sendo encontrada em mais de 50 países. Somente no Brasil, existem mais de 2 milhões de animais registrados dessa raça.
Além disso, o gado Holstein-Frísia possui uma estrutura corpulenta que lhe permite consumir grandes quantidades de forragem. Os adultos dessa raça podem atingir até 1,54 metros de altura e pesar de 600 a 700 quilos.
A criação de gado Holstein-Frísia é vantajosa para o produtor pecuário, pois essa raça apresenta uma excelente relação custo-benefício, demandando poucos gastos para sua manutenção.
De acordo com o Guinness World Records, Mist, uma vaca Holstein de Vermont, é a vaca mais cara já vendida em leilão. Essa vaca foi arrematada por U$1,3 milhão (R$ 6.240.000) em 1985.
Angus
O Angus, outro exemplar de uma das raças de boi mais criadas no Brasil, é muito popular entre os pecuaristas. Tudo isso graças à combinação de várias características positivas, que garantem excelentes resultados econômicos – dentro e fora do país.
A carne do Angus é extremamente valorizada no mercado devido à sua característica distintiva de possuir uma camada de gordura uniforme e espessa. Essa característica contribui para o sabor e a textura excepcionais da carne.
Além disso, a espessura da camada de gordura, variando de 3 a 6 mm, torna-a ideal para o marmoreio, processo em que a gordura intramuscular se distribui de forma equilibrada, conferindo suculência e paladar diferenciados ao corte.
Originalmente europeia, o Angus se adaptador facilmente ao clima brasileiro. Além disso, ele conta com outras vantagens que o colocam no patamar de grandeza entre os compradores, como alta fertilidade, precocidade com que inicia a vida sexual e facilidade de parto.
Por alcançam a puberdade e a fase de abate mais cedo, o Angus acaba oferecendo aos criadores mais rendimentos, seja pelo nascimento de outras bezerros, bem como pela extração de suas partes e quantidade de quilos obtidos por hectare.
Além disso, a raça apresenta resistência a doenças e carrapatos, e contam com uma docilidade que facilitam seu manejo. Essas características fazem do Angus uma raça completa, com alta produtividade e índices superiores.
Nelore
Segundo a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), cerca de 80% do gado criado no país vem da raça.
Originário da Índia e resultado de um cruzamento entre a Ongole e outras quatorze raças distintas, o Nelore, inicialmente, chegou ao país apenas para fins de exportação leiteira. Mas saberia que, lentamente, se tornaria um dos maiores gados de corte da nação verde e amarela.
Aliás, foi justamente no Brasil que a raça Nelore passou por uma série de aprimoramentos genéticos com o objetivo de atingir os padrões de exigência internacionais para a produção de carne e consumo.
O Nelore possui uma habilidade excepcional em utilizar recursos alimentares mais rústicos e grosseiros, o que o torna altamente eficiente na conversão de nutrientes e no ganho de peso.
Conheça a vaca mais valorizada do mercado, da raça Nelore e vendida no Brasil – tida como uma das raças de boi mais caras do mundo:
O Nelore é conhecido por sua notável resistência ao calor, graças às características distintas de sua pelagem, uma superfície corporal maior em relação ao corpo e mais glândulas sudoríparas, permitindo que melhor regule sua temperatura corporal em ambientes quentes.
As vacas Nelore têm partos fáceis, com seus bezerros nascem fortes e saudáveis – reduzindo também as perdas durante o processo de criação. Eles apresentam um rápido crescimento, e suas carcaças podem atingir até 20 arrobas (aproximadamente 300 kg) aos 26 meses, com um rendimento de carne entre 50% a 55% em uma dieta baseada em pastagens.
Por fim, a carne conta com alto teor de sabor e baixo teor de gordura de marmoreio: sendo o mais próxima dos padrões exigidos pelo mercado internacional
Leia também: Comparação de raças bovinas -> Qual é a melhor para a sua fazenda?
Conclusão
Ao conhecer as características únicas de raças como Wagyu, Holstein-Frísia, Angus e muitas outras durante esta viagem pelo universo das raças de boi mais caras do mundo, podemos compreender o motivo pelo qual esses exemplares valem seu peso em ouro!
E principalmente entender o que se passa por trás da cabeça dos produtores e pecuaristas.
A demanda por carnes de qualidade cada vez mais elevada e a busca incessante por carnes que ofereçam produtos com alta qualidade têm impulsionado a valorização dessas raças, tornando-as verdadeiros tesouros do segmento.
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