Agrossilvopastoril: a evolução do confinamento de gado
O sistema agrossilvopastoril é aquele que procura integrar em uma mesma área a criação de animais (corte, leite, ovinos, caprinos, equinos), plantio de roçados e a criação e preservação da área florestal.
Um dos principais objetivos do agrossilvopastoril é aumentar a quantidade de alimentos produzidos na terra, a partir de práticas que não agridam à natureza. Mas, não é apenas isso que constitui esse sistema.
O Superbid Marketplace trouxe um conteúdo completo sobre todos os benefícios do agrossilvopastoril e como ele pode melhorar sua produção. Continue lendo esse texto para saber mais!
O que é o sistema agrossilvopastoril?
Esse sistema consiste em ter árvores associadas ao cultivo agrícola e atividades pecuárias. Através do manejo correto, é possível ter um aumento na produtividade e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente.
Além disso, proporciona mais qualidade de vida para o homem do campo em seu fluxo de trabalho.
O uso da terra e dos recursos naturais ocorre de forma simultânea e/ou escalonada no tempo. O sistema agrossilvipastoris pode ser classificado de diferentes formas, que são:
- Agrossilvoculturais: árvores + culturas;
- Silvopastoris: árvores + animais;
- Agrossilvopastoris: árvores + culturas + animais.
Dessa forma, a fazenda é dividida em “parcelas”, que podem ser: 20% para o plantio; 20% destinado para uma reserva legal, isto é, uma área que não pode ser desmatada e 60% para a criação de animais.
O preparo da agricultura deve ser feito no período seco. Para se ter uma ideia, em uma fazenda de 8 hectares é possível ter cerca de 200 árvores por hectare destinado à agricultura e mais a mata ciliar, que é aquela que fica perto da nascente da água.
Já na parcela da fazenda destinada para a criação, há o plantio de aproximadamente 400 árvores e mais a mata ciliar. A madeira útil pode ser utilizada para o uso ou venda.
O esterco produzido pelos animais pode ser recolhido e aplicado na área agrícola.
Com este sistema agrossilvopastoril, o produtor ganha mais plantando e também garante a conservação ambiental, o que permite plantar na mesma área por muitos anos.
Os benefícios do sistema agrossilvopastoril
No sistema agrossilvopastoril, o produtor diversifica as suas atividades e, consequentemente, aumenta sua renda. Além disso, existem alguns outros benefícios do sistema que tornam ele uma ótima para as pessoas que trabalham no campo:
- A preservação ambiental que é possível a partir das práticas adequadas de manejo;
- Aumento da produtividade ao interligar fatores do sistema, como: sombra da preservação florestal e maior conforto e bem estar do animal;
- Combinação de atividades visando a otimização de recursos e maior rentabilidade por cada área. Tudo isso feito de forma sustentável;
- Possibilidade de diversificação de atividades com o objetivo de amenizar possíveis riscos do mercado;
- Melhora das propriedades físicas e químicas do solo, já que há a conservação tanto da terra quando da água e o aumento da atividade microbiana no solo;
- Maior retenção de carbono;
- Melhoria do valor nutricional da forragem produzida;
- Maior conforto térmico para os animais;
- Redução da emissão de gases que contribuem para o efeito estufa;
- Evita queimadas e desmatamentos ilegais;
- Diminuição da temperatura média;
- Melhor condição de preservação da fauna a partir de corredores ecológicos;
- Custo relativamente pequeno para a implantação da floresta e recuperação de áreas degradas pelo pasto a partir da agricultura;
- O produtor é visto como reflorestador e se afasta do estigma de desmatados (estratégia de marketing).
A escolha da espécie vegetal para a implantação da floresta
Em relação ao plantio de árvores, é preciso atentar que as áreas degradadas são um problema que afeta diversas regiões do Brasil e causam prejuízos tanto econômicos quanto ambientais.
Essa degradação teve início após a vegetação original da floresta ter sido eliminada de forma gradativa, seja para a atividade pecuária ou para cultivos agrícolas.
Neste sentido, o uso de sistemas agrossilvopastoril, que prevê o reflorestamento, apresenta uma proposta bastante interessante para a recuperação das áreas degradadas, sendo também um modelo sustentável para que também se pratique a pecuária.
A espécie vegetal escolhida para fazer a floresta fica a critério do produtor.
Contudo, a escolha deve levar em consideração as condições locais e recomenda-se optar por espécies que sejam de crescimento rápido, consigam fixar o nitrogênio atmosférico e não possuam princípios tóxicos aos animais e efeitos alopáticos sobre as plantas associadas.
O tipo de produção florestal também deve ser levado em consideração. Isto é, se o plantio das árvores é feito visando celulose, madeira, resinas e entre outras.
O eucalipto tem sido uma boa opção para o sistema agrossilvipastoril, já que é uma espécie de crescimento rápido, que chega a idade de corte com uma média de sete anos e com capacidade de se adaptar às diversas regiões ecológicas.
A madeira do eucalipto pode ser usada com diversas finalidades, como para a celulose e papel, serraria, laminação e energia (carvão).
Além disso, o eucalipto tem outras utilidades para a sociedade, como o uso em cosméticos, medicamentos, indústria alimentícia e de tecidos.
É possível plantar de 200 a 300 árvores por hectare e a área vai poder receber a mesma carga de bovinos do que um campo aberto.
Além disso, o eucalipto recicla o ambiente e a matéria orgânica produzida é melhor do que a produzida por gramíneas. Estas são consideradas árvores sustentáveis.
Outro fator importante a ser destacado é que na sombra a pastagem não perde altas taxas de valor nutritivo, o que faz com que até mesmo na entressafra.
Sendo assim, a conclusão a que se chega é que as árvores também possuem um papel fundamental no sistema, pois exercem uma série de efeitos no ecossistema das pastagens.
A evolução do confinamento do gado com o sistema agrossilvopastoril
Ao reunir os três elementos em um mesmo ambiente (agricultura, criação e preservação ambiental), o sistema agrossilvipastoril acaba aumentando a produtividade do gado e fornecendo renda extra ao produtor.
Isso se explica, pois já foi comprovado que o conforto climático possui resultados comprovados ao solo, como aumento do libido do boi, interferência positiva no ciclo nas fêmeas e até mesmo impactos no peso dos bezerros foram notados.
Além disso, a sombra e a água fresca favorecem a engorda do gado, o que promove o ganho da carcaça em até 20% em comparação às engordar em sistema de confinamento ou pasto aberto. Com isso, o ciclo de engorda é reduzido.
O sistema agrossilvopastoril tem se mostrado muito eficiente no confinamento do gado. Entre os benefícios estão a diminuição do tempo de engorda, maior fertilidade e redução do estresse.
Neste sistema, o gado também apresenta redução nesses dois pontos citados, afeta diretamente o leite e a carne, deixando em uma qualidade ainda maior.
Outro benefício do sistema é que é possível usar produtos produzidos na lavoura para a alimentação do gado.
Como vimos, o agrossilvopastoril tem sido uma alternativa de sistema integrado eficiente tanto em relação ao confinamento do gado quanto em relação ao bem-estar geral do animal, o que impacta diretamente na produtividade do animal.
Com este sistema, o produtor também não fica na dependência de um único produto para constituir sua renda e também pode aumentar seus ganhos. Tudo isso de uma forma sustentável e com impactos reduzidos ao meio ambiente.
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