Tudo que você precisa saber sobre o Vinho do Porto
Especial e diferente de todos os outros vinhos, o vinho do Porto tem características únicas, história marcante e até certificado de denominação de origem para evitar falsificações. Tudo isso e muito mais sobre esse produto tão exclusivo você encontra neste texto.
Surgimento do vinho do Porto
O vinho do Porto é um produto exclusivamente português, com surgimento no século XVII, mas sem um ano exato de criação estabelecido. A história mais popular diz que esse vinho surgiu “acidentalmente”, nas longas viagens pelos mares entre Portugal e países que mantinham relações comerciais com a coroa portuguesa, como a Inglaterra.
Para que os vinhos resistissem às viagens, eram adicionadas doses de aguardentes, o que impedia o azedamento natural dos vinhos e, consequentemente, aumentava o teor alcoólico da bebida.
A partir daí, o vinho do Porto se tornou uma herança cultural, que mostra a tradição e até arte passada de geração em geração pelos portugueses, já que os vinhos se tornaram uma referência turística e histórica de Portugal. Atualmente muitos turistas vão ao país para conhecer vinícolas e consumir os vinhos produzidos por lá.
Região do Douro
Com a descoberta nas viagens marítimas, Portugal passou a explorar comercialmente o vinho do Porto, exportando-o para toda a Europa, em especial para a Inglaterra. Mas nem tudo foi fácil. Com o aumento da procura pelo produto, começaram a surgir falsificações e produções com qualidade inferior ou feitos de maneira diferente do comum.
Por isso, no dia 10 de setembro de 1976, foi criada a denominação de origem, primeira no mundo. Portanto, toda a região do Douro foi demarcada e regulamentada como Alto Douro Vinhateiro. Inclusive, é celebrada nesta data o dia do vinho do Porto.
O alto do rio Douro tem clima moderado e formações rochosas propícias para o crescimento de vinhas. Mas, sua localização não era a melhor para importações. Pensando em encurtar tal distância, os produtores passaram a levar o vinho ao Porto pelo rio Douro para eles envelhecerem mais próximos ao mar, por isso o nome vinho do Porto, ou apenas Porto.
Atualmente a região demarcada tem cerca de 250 mil hectares. Destes, 44 mil são destinados às vinhas, com mais de 32 mil autorizados a produzir vinhos do Porto. A região do Douro também foi reconhecida como patrimônio da humanidade pela UNESCO em 2001 como “paisagem cultural, evolutiva e viva”.
Qualidade das terras
Não só foi determinado a região de origem, como também foi delimitado a qualidade das terras e terrenos onde estão dispostas as plantações. Na década de 40, Moreira da Fonseca, engenheiro e então presidente do IVDP (Instituto de Vinhos do Douro e Porto) criou um método para classificar e pontuar os terrenos.
Para realizar a medição, foram considerados 12 critérios, dentre eles, incidência solar, inclinação, idade da vinha, pedregosidade e altitude. Com isso, as vinhas foram classificadas de A a I, enquanto os terrenos de A a F. Este é o método utilizado até os dias atuais.
Como é feita a produção do vinho do Porto
As duas principais características do vinho do Porto são o alto teor alcoólico e sua doçura, conferindo característica licorosa ao líquido. A média da porcentagem de álcool dos vinhos variam entre 19 e 22%, com exceção do branco leve seco, que tem 16,5%.
No período entre agosto e outubro todas as vinícolas começam a colheita. A partir daí, as uvas são selecionadas e enviadas para as adegas, onde são retiradas as folhas e os bagos. As uvas seguem seu processo de pisa e fermentação como todas as produções de vinhos. A diferença é que o processo de fermentação é interrompido na produção de vinhos do Porto.
Interrupção da fermentação
A fermentação das uvas acontece quando o açúcar da fruta é transformado em álcool e gás carbônico. O recipiente da fermentação é mantido aberto, o que faz com que o gás carbônico saia naturalmente da composição, mas o álcool se mantenha. Este é o processo comum de todos os vinhos.
Para que a doçura da bebida e também seu teor alcoólico sejam diferentes dos vinhos secos comuns, é adicionado álcool exógeno proveniente da destilação de outros vinhos no meio da fermentação, o que geralmente acontece no período de dois a quatro dias. Com isso, o álcool passa instantaneamente de 6% para até 23% e, como o processo de fermentação é interrompido, a doçura da fruta se mantém.
Uma curiosidade sobre o vinho do Porto é que ele faz parte dos vinhos chamados fortificados, que é quando o vinho recebe adição de álcool em sua composição.
Todas estas características na sua produção tornam o vinho do Porto um produto especial e diferente dos vinhos tradicionais, valorizando ainda mais a cultura e seu produto final.
Estilos de vinhos do Porto
Conforme o tempo passou, os vinhos do Porto foram sendo classificados em categorias distintas, com características marcantes que conferem estilos dentro desta categoria já específica de vinhos. Os estilos principais são o Ruby e o Tawny, mas eles contam com ramificações. Abaixo, confira cada estilo e suas qualidades.
Porto Ruby
O Porto Ruby tem como principal característica sua cor avermelhada e intensa, fazendo jus ao seu nome. Para que isso ocorra, o vinho fica armazenado de dois a três anos em garrafas, o que é considerado um tempo curto de envelhecimento. Com o armazenamento em garrafas, o vinho praticamente não entra em contato com oxigênio.
Assim, seu aroma se mantém frutado já que seu envelhecimento é curto, mas com uma qualidade marcante e acentuada neste período de tempo. As características são preservadas, sem que grandes interferências oxidativas sejam notadas, o que faz com que a experiência sensorial do Porto Ruby seja mais clássica no sabor e aroma.
Porto Tawny
Com características ainda mais únicas e marcantes ao paladar, os vinhos Porto Tawny ficam mais tempo nos barris, podendo chegar a mais de 50 anos em alguns casos. Geralmente um Tawny fica de três a oito anos nos barris antes de serem engarrafados. Portanto, seu sabor ganha aromas mais complexos como chocolate, amêndoas, caramelo e café, por exemplo.
Como sua maturação é mais longa, o Tawny tem uma coloração mais clara e marrom, já que o contato maior com a madeira e oxigênio dão essa característica ao produto. Essas particularidades são os destaques de um bom Tawny, ainda que sua doçura e teor alcoólico seja idêntico ao dos vinhos Ruby.
Porto branco
O Porto branco é mais recente na linha do tempo dos vinhos do Porto. Com teor alcoólico menor que os outros, pode ser encontrados brancos secos, muito secos, meio secos, doces ou lágrima, que é muito doce. A grande maioria são de vinhos jovens, com idade de três a quatro anos, mas existem vinhos mais envelhecidos.
Seu envelhecimento é feito em sua maioria em barris de aço inoxidável. Quando é utilizado barris de madeira, sua tonalidade fica mais dourada e seu sabor ganha notas de nozes, o que torna seu sabor mais intenso que o normal.
Porto Reserva
Os vinhos do Porto que recebem a classificação Reserva são os vinhos safrados. Ou seja, quando a safra é declarada, o produtor passa a envelhecer o vinho de modo que ele não seja alterado até que fique no seu tempo ideal. Menos de 1% dos vinhos do Porto são Reserva.
Porto Vintage
O Porto Vintage é o mais especial de todos, já que ele só é elaborado em safras destacadas. Quando o vinho é produzido com uvas de um único ano e seu produtor percebe a qualidade superior do vinho, ele envia uma amostra ao IVDP para avaliação. Se o vinho tiver avaliação positiva, ele passa a ser comercializado com a safra em seu rótulo.
Seu envelhecimento é curto, mas o potencial de evolução em garrafa é gigantesco, podendo chegar a 50 anos.
Late Bottled Vintage – LBV
Nem tudo na vida é planejado. O Late Bottled Vintage surgiu provavelmente quando um vinho Ruby Vintage não teve a demanda alcançada, fazendo com que seu armazenamento em tonéis fosse prolongado. Esse “erro” fez com que o aroma fosse alterado, se tornando um LBV.
Eles são engarrafados entre o quarto e sexto ano, fazendo com que seu resultado se tornasse diferente do normal.
Porto Colheita
Também incomum, o Porto Colheita é um vinho Tawny que pode ser consumido logo após ser engarrafado. De safra única, esses vinhos ficam em barris por no mínimo sete anos. Tem bom potencial para ficarem guardados, mas a característica de consumo rápido é o que diferencia um vinho Colheita dos outros.
Harmonizações e consumo
Como suas características principais são a doçura e o alto teor alcoólico, o vinho do Porto é um vinho para ser consumido em forma de aperitivo, em pequenas doses, de maneira semelhante e um licor. A harmonização com vinhos Rubys e Tawnies são diferentes, já que os produtos são distintos.
No caso do seu vinho for um Ruby, ele pode ser harmonizado com sobremesas a base de chocolate ou frutas vermelhas, além de queijos mais salgados e duros. Já um vinho Tawny combina mais com frutas secas, oleaginosas, chocolates mais intensos e café. Por ser um produto especial, é recomendado também que seja apreciado sozinho, para sentir cada nota de seu sabor e aroma.
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