O gado mais lucrativo: Quais fatores considerar ao escolher sua raça de boi?

Não basta apenas focar no gado mais lucrativo, existem outros fatores que precisam passar no radar de quem considera atuar no segmento de carnes no Brasil. Propriedade, objetivo da produção e os cuidados são alguns dos principais. Conheça eles e outras prioridades para escolher raça de boi neste post!

A carne bovina desempenha um papel fundamental no agronegócio brasileiro e é um dos principais produtos de exportação do país.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex), as exportações totais desse setor atingiram a impressionante marca de US$ 13 bilhões, movimentando aproximadamente 2,3 milhões de toneladas.

Esses números representam um notável aumento de 42% na receita e 26% no volume em comparação com o ano de 2021, marcando um dos mais significativos desempenhos da série histórica nacional.

Por isso, não é muito incomum que muitos empresários decidam apostar no mercado para obter mais rendimentos.

Entretanto, antes de escolher o gado mais lucrativo para passar na frente no segmento, existem muitos fatores que devem ser considerados para isso!

Neste post, vamos mostrar os principais fatores a considerar ao escolher sua raça de boi para criar e tornar a rentabilidade da sua fazenda ainda maior. Quer saber mais? Continue a leitura!

Fatores a considerar ao escolher sua raça de boi

No primeiro semestre de 2023, as exportações bovinas totais atingiram uma marca de 1.076.780 toneladas do produto, frente a 1.085.595 toneladas nos primeiros seis meses de 2022.

Neste ano, somente de janeiro a junho, a receita atingiu US$ 4,937 bilhões no segmento. Entretanto, é importante notar que, antes de entrar no mercado e escolher uma raça para criar, alguns pontos devem passar pelo radar de um proprietário rural. Conheça-os:

1. Objetivo da produção

Talvez esse seja o principal ponto a se considerar antes de selecionar o seu gado. Ter em mente o objetivo da produção é um fator essencial porque as raças, essencialmente, são conhecidas por terem “especialidades”. 

Existem diversas raça e cada uma com vantagens competitivas. Por exemplo, caso você esteja focado na produção de leite, os gados mais indicados costumam ser raças como Holandesa, Girolando, Jersey, Pardo Suíço ou Guzerá. 

No entanto, se o seu foco for o corte de carne, os destaques são Nelore, Angus, Brahman ou Brangus. Por isso, tenha esse ponto em mente antes de pensar em adquirir aquele que seja o gado ideal para você, já que nem sempre um Nelore seja a melhor opção para a extração leiteira ou um Pardo Suíço para carne, e por aí vai.

2. Tamanho da propriedade

O tamanho da propriedade é, de fato, um fator de extrema importância a ser considerado ao escolher o tipo de gado para criação. É essencial lembrar que o gado é, em essência, um “produto” que requer cuidados específicos para garantir a melhor qualidade de carne, leite ou reprodução.

Portanto, a disponibilidade de terra desempenha um papel fundamental na capacidade de criação bem-sucedida. A quantidade de terra disponível tem um impacto direto na eficiência da produção.

O espaço adequado permite que o gado tenha acesso a pastagens de qualidade, possibilitando uma alimentação adequada e exercício físico, o que é crucial para seu desenvolvimento saudável e reprodução bem-sucedida.

Um espaço insuficiente pode levar a problemas de superlotação, estresse e até mesmo a propagação de doenças. Portanto, ao considerar o tamanho da propriedade, é importante garantir que haja espaço suficiente para acomodar o gado de maneira adequada, proporcionando as condições ideais para seu crescimento e produtividade.

Isso é essencial para maximizar o retorno do investimento e garantir o sucesso da criação de gado. Pois não adianta escolher a melhor raça se você não conseguir oferecer os melhores cuidados.

3. Cuidados

Aproveitando o tópico de espaço, é fundamental priorizar os cuidados adequados ao criar a raça mais lucrativa. Isso inclui atenção especial à alimentação, dieta, atividades de recreação e a disponibilidade de mão de obra para garantir que os animais recebam os cuidados necessários.

A alimentação desempenha um papel crucial no desenvolvimento e na saúde do gado. É essencial proporcionar uma dieta equilibrada que atenda às necessidades nutricionais específicas da raça, seja para produção de carne, leite ou reprodução.

A qualidade dos alimentos e a gestão adequada da alimentação são fatores-chave para o sucesso da criação. A recreação e o exercício também são importantes para o bem-estar dos animais.

Garantir que eles tenham acesso a áreas adequadas para se movimentar e se exercitar contribui para a saúde física e mental do rebanho. Além disso, a disponibilidade de mão de obra é essencial para realizar tarefas como alimentação, cuidados de saúde, ordenha e manejo geral do gado.

Ter pessoal suficiente e qualificado é fundamental para garantir que os animais recebam a atenção necessária em todos os aspectos do manejo. Existem raças que podem ser cuidadas de forma mais “livre” e são mais dóceis – consequentemente, oferecendo menos dificuldade para o manejo, como Murray Grays, por exemplo.

Já os Zebus são conhecidos por serem mais ariscos, exigindo profissionais mais qualificados para o seu manejo.

4. Condições climáticas

É importante também avaliar as condições climáticas da sua região, levando em conta fatores cruciais como temperatura, umidade e a disponibilidade de pastagens. Diferentes raças de gado apresentam variada resistência a variados climas, com algumas se adaptando melhor a ambientes quentes, enquanto outras têm preferência por locais mais frios.

Sua fazenda está em uma zona de temperatura fria? O Brahman pode ser uma boa escolha, visto sua fácil adaptabilidade às condições climáticas diferentes. Já as raças zebuínas, como Nelore, passaram por melhoria genética ao longo dos anos para ser as mais resistentes contra altas temperaturas.

Pode parecer bobagem, mas existem animais que morrem de frio ou de calor. Portanto, considerar esse ponto é uma ótima forma de ter um gado saudável – e lucrativo.

5. Rentabilidade

Como mencionado anteriormente, a variedade de raças de gado disponíveis no mercado exige uma escolha cuidadosa, levando em consideração diferentes fatores, como o tipo de mercado e as condições regionais de criação de gado de corte.

No contexto do gado de corte, é essencial selecionar raças que se adaptem facilmente ao clima variado do Brasil, que abrange desde regiões tropicais até áreas mais temperadas. Além disso, é desejável que essas raças apresentem bom ganho de peso em um período relativamente curto e tenham precocidade reprodutiva. 

E claro, considerar também, como instância final e necessária a rentabilidade. O mercado atual colocou o Nelore como a raça mais amplamente utilizada para gado de corte no Brasil, sendo altamente adaptável ao clima tropical do país e demonstrando resistência aos parasitas.

Com nutrição adequada, por exemplo, o Nelore tem mostrado precocidade na reprodução e rápido ganho de peso, o que o coloca em destaque, inclusive no mercado internacional.

No entanto, a raça Angus também tem ganhado espaço no mercado brasileiro quando cruzada com raças zebuínas. Sua reputação está associada à qualidade da carne produzida, com alto grau de marmoreio, tornando-a mais macia e saborosa.

Esse cruzamento de gado, porém, exige maior atenção ao controle de parasitas e pode ser mais sensível ao estresse térmico, especialmente em regiões quentes do Brasil.

Em última análise, a escolha da melhor raça para gado de corte depende do conhecimento e das facilidades do produtor. Um rebanho bem cuidado, adaptado às condições locais e que receba atenção constante do criador tende a ser mais lucrativo no longo prazo. 

Portanto, a seleção da raça ideal deve considerar não apenas as características da raça em si, mas também a experiência e a capacidade de manejo do produtor.

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