Crise energética: como ela pode colocar em risco as empresas e quais as soluções?

Crise energética: como ela pode colocar em risco as empresas e quais as soluções?

A crise energética é algo que tem se tornado cada vez mais frequente entre os brasileiros. Com um simples comparativo, já dá para entender como isso pode se tornar um grande problema se não for solucionado o quanto antes.

Se em uma casa, quando a luz acaba, existe o risco de queimar diversos aparelhos ou estragar comidas caso a residência fique sem energia por horas, imagina os efeitos desse acontecimento em uma empresa.

Grandes equipamentos podem ficar com defeito e ainda existe o prejuízo em toda a produção, caso fique um certo tempo sem energia.

Neste conteúdo, vamos aprofundar sobre a crise energética que assola o país por conta da má administração e outros fatores. Acompanhe o texto para saber mais!

Como se inicia uma crise energética?

A falta de energia em momentos preciosos tem se tornando cada vez mais constante. De fato, o que causa isso é, primeiramente, uma má administração no setor energético. O segundo fator é por conta das condições climáticas.

No Brasil, três grandes crises energéticas marcaram o país: o Apagão de 2001, a Crise de 2015-2016 e a Crise no Amapá. Todas essas crises em que vamos falar no decorrer do conteúdo, poderiam ser previstas e, por consequência, evitadas a tempo.

Até mesmo após os estragos deixados, ações de reformulação na matriz energética poderiam ter sido feitas a fim de recuperar o que foi perdido.

Crise energética: como ela pode colocar em risco as empresas e quais as soluções?

Apagão de 2001

Essa foi a primeira grande crise energética do Brasil, afetando todo o fornecimento e distribuição do insumo entre 1 de julho de 2001 e 19 de fevereiro de 2002.

O seu principal agravante foi a falta de planejamento e investimentos no setor energético, tomando uma proporção nacional.

Na época, foi anunciado que talvez seria necessário realizar grandes cortes de energia. Esses cortes foram apelidados de “apagões” pela imprensa.

Outro fator que estendeu a crise de energia foi a falta de chuva, que somada a escassez de planejamento e investimentos em transmissão e geração de energia, deixaram o cenário cada dia mais preocupante.

Por consequência da falta de chuva no país, o nível de água nos reservatórios das hidrelétricas baixou, obrigando toda a população a passar por um racionamento de energia.

É importante lembrar que, em 2001, o mercado livre de energia ainda era muito pequeno, pois a sua origem ocorreu três anos antes. Por isso, em vez de pensar em novos projetos e outras fontes de energia, o plano principal do governo foi criar uma espécie de racionamento.

Esse racionamento foi de cerca de 20% do consumo total, para evitar que a matriz energética do Brasil entrasse em colapso.

Como o país já havia passado por um grande problema como o de 2001, com uma reestruturação no plano energético, as duas crises a frente poderiam ser evitadas.

Crise energética de 2015-2016

No final de 2014 e início de 2015, análises já apontavam que uma nova crise energética estava próxima. O problema era um velho conhecido: os reservatórios de água estavam baixos novamente. Nessa ocasião, eles atingiram os índices mais baixos da história do país.

Para que o mesmo erro de 15 anos atrás não se repetisse, o governo decidiu privilegiar as usinas termelétricas para criar uma base de segurança energética para o Brasil.

Porém, isso acabou custando muito mais caro do que o esperado e, em alguns lugares, o aumento de tarifa chegou a 100% na energia elétrica.

Crise energética: como ela pode colocar em risco as empresas e quais as soluções?

Além disso, as termelétricas utilizam combustíveis bem caros como o gás e, em alguns casos, poluentes como o óleo combustível e carvão. Ou seja, além de causar um prejuízo enorme na economia, também era o pior inimigo do meio ambiente.

Crise energética no Amapá

A falha de planejamento e contenção por parte do governo, aliado com a condições climáticas extremas, causaram a crise mais recente que temos na memória, a do Amapá.

No dia 3 de novembro de 2020, uma forte chuva causou o incêndio de três transformadores da subestação mais importante, na cidade de Macapá.

Por conta disso, deu início a um apagão que atingiu 13 das 16 cidades do estado. Ao todo, foram 22 dias de crise energética, o que afetou o abastecimento de água, compra e armazenamento de alimentos, serviços de telefonia e internet em quase 90% da população.

Em meio a crise sanitária da Covid-19, isso afetou muito o sistema de saúde do Amapá, pois atrapalhou a compra de insumos médicos, prejudicando todo o sistema.

Todas as crises citadas acima poderiam ter sido evitadas, mas a falta de planejamento é um dos fatores que condenam toda a estrutura do setor energético. Uma crise não se dá do dia para a noite, isso é fato.

Como a crise energética afeta as empresas?

Para as empresas, a crise energética é mais complicada, pois ela pode afetar de diversas maneiras, seja em produção, colaboradores, armazenamento, logística e outros setores da organização.

Quando falamos na parte de produção, uma empresa que passa por um apagão, por exemplo, pode precisar interromper o trabalho naquele momento. Em alguns casos, se a empresa para a produção por duas ou três horas, isso acaba se tornando um prejuízo enorme aos cofres da organização.

Além disso, caso a empresa tenha que parar a sua produção por conta de uma crise energética, ela ainda precisa fazer os pagamentos dos colaboradores.

Com a sua produção parada, as organizações precisam acionar as suas reservas financeiras para executar esses pagamentos dos funcionários, custos fixos, que podem ser os imóveis e veículos da empresa, entre outros fatores.

Mexer com os cofres de uma organização pode ser um grande risco, por mais que seja considerado um dinheiro preparado para emergências, existem problemas que podem durar dias, como nas crises mencionadas acima que duraram bastante tempo.

Infelizmente, não existe empresa que consiga sobreviver por um certo período apenas com o dinheiro de emergência.

Nas crises energéticas, empresas acabam fechando por conta dessa má organização governamental em relação ao setor, fazendo com que a economia de maneira geral regresse.

Em um momento delicado como o que estamos vivendo, com a retomada da economia diante de uma crise sanitária, riscos precisam ser evitados. Cabe a cada setor procurar por meios para solucionar as próximas crises energéticas que podem acontecer.

Empresas buscam soluções externas para sanar problemas futuros de crise energética

Diante desse problema que pode assolar o país por alguns anos, as empresas passaram a buscar soluções para manter a organização longe de uma futura crise energética, de maneira mais consciente e com ótimas alternativas.

A energia renovável entrou nessa linha de raciocínio, servindo como um dos maiores meios de sanar os futuros problemas de crise.

A energia solar hoje em dia, está sendo aplicada e, para o futuro, a estimativa é que cresça ainda mais se tornando uma das principais fontes de energia renovável do país.

Além disso, existe também a energia eólica que é aplicada em algumas regiões, considerada como uma fonte de energia limpa e sustentável. Ou seja, em alguns lugares, os ventos são em grande escala e usar isso para gerar energia para a empresa é uma ótima saída.

Outra estratégia que vem sendo usada pelas empresas é o retrofitting de máquinas. Em vez de comprar um equipamento novo, pagando um valor muito alto para que a produção da empresa volte a crescer, uma tática é fazer uma espécie de atualização na máquina.

Ou seja, o retrofitting de máquinas consiste em trocar alguns componentes mecânicos e fazer uma atualização na máquina antiga para que ela retome a sua grande escala de produção. Isso faz com que a empresa tenha um retorno maior e mais rápido sobre o investimento feito.

Uma terceira opção que vem sendo aplicada no dia a dia é entender como funciona a conta de energia de uma empresa. Todos sabemos que em determinados momentos do dia, seja à noite ou pela manhã, o seu valor de energia tende a aumentar.

Por exemplo, nos horários de 17:30 até 20:30 o consumo de energia é mais alto, pois é considerado como tarifa branca.

Existem empresas que costumam fazer turnos à noite, por exemplo. Isso pode ser aplicado com o auxílio de uma energia renovável, para que o colaborador continue produzindo no período, mas sem que a empresa gaste um valor absurdo nesse horário.

Mercado livre de energia

No Brasil, as empresas que são responsáveis pela produção e transmissão de energia compõem o Sistema Interligado Nacional (SIN). Atualmente, esse sistema abrange as regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste, Nordeste e uma parte da região norte.

Nele ocorrem as negociações de compra e venda de energia. Ou seja, quando um agente de mercado – seja ele distribuidor, ferrador, consumidor livre, especial ou comercializador – acaba se tornando membro do SIN.

Independente das restrições físicas de geração e transmissão, ele pode negociar com qualquer outro agente.

No atual modelo, eles são apresentados de duas formas: Ambiente de Contratação Livre (ACL) e o Ambiente de Contratação Regulada (ACR).

Portanto, com o cenário fechado apenas para esses dois termos, cada vez mais empresas estão migrando para o mercado livre de energia, como uma solução efetiva na luta contra uma possível crise energética.

Isso pelo fato de que, além de buscar novas fontes renováveis de energia em alternativas sustentáveis, o modelo também proporciona uma economia significativa na relação do consumo/gasto de energia elétrica.

Hoje em dia, as centrais mais importantes de distribuição de energia no território nacional são as hídricas. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), existem três modelos de usinas hídricas no Brasil:

  • Centrais Geradoras Hidrelétricas – CGHs: com até 1 MW de potência instalada;
  • Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs: entre 1,1 MW e 30 MW de potência instalada;
  • Usina Hidrelétrica de Energia – UHEs: com mais de 30 MW de potência instalada.

Porém, com o esgotamento da capacidade de geração hidrelétrica, o país precisará ampliar as fontes renováveis na sua matriz energética para evitar crises futuras.

Fontes renováveis de energia que podem ser uma alternativa para a crise energética

A energia solar é uma excelente fonte de energia para países tropicais, como o Brasil. Aqui, a radiação do sol costuma ser intensa durante boa parte do ano. Com isso, gerar energia solar aqui é uma ótima forma de economizar através de uma fonte renovável.

Energia solar

Existem uma série de benefícios econômicos, sociais e ambientais que podem ser relacionados ao consumo de energia solar, a fim de controlar o problema da crise energética no país.

Ou seja, incentivar a adesão ao mercado livre de energia a fonte de energia renovável, além de ser eficaz em épocas de crise energética, também reformula toda a matriz brasileira ao trazer energia de qualidade e acessível para grande parte da população.

Crise energética: como ela pode colocar em risco as empresas e quais as soluções?

Isso não está muito longe, já que a energia solar está tomando grandes proporções no mercado. Até 2050, é possível que ela seja responsável por quase metade da capacidade de produção de energia elétrica do Brasil.

Segundo números divulgados pela analista chefe da BloombergNEF, Luiza Demôro, o potencial de produção de energia elétrica brasileira irá mais do que duplicar, adicionando 250 GW em sua capacidade.

Os números levantados pelo relatório da empresa apontam que quase metade desse volume vai ser obtido por meio de fonte solar.

O relatório também mostra que, até 2050, um terço da capacidade instalada do país será de energia fotovoltaica. Esse valor corresponde a um pouco mais de 20% do valor total de energia gerada.

Nos últimos anos, a energia solar ganhou um grande destaque por conta do seu crescimento rápido, principalmente em geração distribuída.

Vale ressaltar que o Brasil foi o único país da América Latina que continuou atribuindo os investimentos relevantes no setor, mesmo com a pandemia.

Energia oceânica

O oceano também oferece várias formas de energia renovável e cada uma delas é impulsionada por forças diferentes. A energia a partir das marés e ondas do mar podem ser aproveitadas para gerar uma energia sustentável, e o calor armazenado na água do mar também pode ser convertido em eletricidade.

A energia que vem das ondas, com o movimento de vai e vem ou para cima e para baixo que elas fazem, pode ser capturada e utilizada para gerar energia renovável.

O aproveitamento de energia das marés envolve o aprisionamento de água na maré alta e utiliza a vazão no período que ela está baixa para gerar a energia elétrica renovável. De fato, ela é uma forma que lembra a hidrelétrica. 

Em alguns lugares como Canadá e França, algumas instalações produzem energia renovável para abastecer milhares de casas.

Energia eólica

A energia eólica é produzida através da conversão de correntes de energia renovável do vento, em outras formas de energia, usando as turbinas eólicas.

As turbinas convertem a força do vento em torque – conhecido também como força de rotação – no qual é usado para impulsionar um gerador elétrico para gerar eletricidade.

As centrais que produzem esse tipo de energia, são conhecidas como fazendas eólicas e elas são produzidas nas mais diversas potências, desde poucos watts de potência até grandes gerados de MWs de potência.

No Brasil, as fontes de energia renovável tem crescido bastante e já começam a fazer diferença na matriz energética do país, tornando-a cada vez mais estável e limpa. Ela pode servir como uma ótima forma de lidar com uma futura crise e sem agredir o meio ambiente.

Procurar meios para suprir as futuras crises energéticas é a melhor maneira de prevenir caso venha acontecer. Além disso, uma nova fonte de energia pode ser uma forma da empresa economizar um bom dinheiro e pensar em uma margem de lucro.

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