Comparação de raças bovinas: Qual é a melhor para a sua fazenda?
Quais as melhores raças bovinas que existem no Brasil – e qual seria a melhor para a sua fazenda? Descubra aqui!
Uma das atividades mais lucrativas no país, a pecuária não é uma diligência realizada da noite para o dia. Para obter sucesso em uma fazenda, por exemplo, é necessário ter uma gestão eficiente e o controle adequado do rebanho.
Além disso, é crucial estar familiarizado com as melhores práticas, se atualizar sobre tecnologias do setor e contar com um profundo conhecimento sobre as melhores raças bovinas de corte do país.
Compreender a raça ideal para a sua fazenda por ser o pulo do gato para obter novos e melhores resultados. Cada raça bovina pode ser adaptar de uma forma diferente aos diferentes biomas brasileiros. Portanto, escolher a raça bovina ideal para a sua fazenda é um grande e importante passo.
Neste post, você vai conhecer as melhores raças bovinas e escolher a que mais se adequa à realidade da sua fazenda! Quer saber mais? Continue a leitura!
Conheça as principais raças bovinas da agropecuária brasileira
É fato que o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. Sem contar que é o segundo maior produtor e conta com o segundo maior efetivo de bovinos (avaliado em 215 milhões de cabeças).
No atual cenário da pecuária de corte, o Brasil segue na dianteira – e a atividade fortalece o nosso Produto Interno Bruto (PIB).
Por isso, definir com qual das raças bovinas você vai trabalhar pode não ser uma das tarefas mais fáceis. Aqui, trazemos uma seleção com as principais raças bovinas do Brasil para lhe apresentar um pouco do cenário atual. Vamos conferir?
Angus
O Angus é uma das raças de boi mais criadas no Brasil, além de ser muito popular entre os pecuaristas. Sua carne é extremamente valorizada no mercado devido à sua característica distintiva de possuir uma camada de gordura uniforme e espessa, que contribui para o sabor e a textura excepcionais da carne.
Além disso, a espessura da camada de gordura, variando de 3 a 6 mm, torna-a ideal para o marmoreio, processo em que a gordura intramuscular se distribui de forma equilibrada, conferindo suculência e paladar diferenciados ao corte.
Originalmente europeia, o Angus se adaptador facilmente ao clima brasileiro. Além disso, ele conta com outras vantagens que o colocam no patamar de grandeza entre os compradores, como alta fertilidade, precocidade com que inicia a vida sexual e facilidade de parto.
Por alcançam a puberdade e a fase de abate mais cedo, o Angus acaba oferecendo aos criadores mais rendimentos, seja pelo nascimento de outras bezerros, bem como pela extração de suas partes e quantidade de quilos obtidos por hectare.
Nelore
Segundo a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), cerca de 80% do gado criado no país vem da raça.
Originário da Índia e resultado de um cruzamento entre a Ongole e outras quatorze raças distintas, o Nelore, inicialmente, chegou ao país apenas para fins de exportação leiteira. Mas saberia que, lentamente, se tornaria um dos maiores gados de corte da nação verde e amarela.
Aliás, foi justamente no Brasil que a raça Nelore passou por uma série de aprimoramentos genéticos com o objetivo de atingir os padrões de exigência internacionais para a produção de carne e consumo.
O Nelore possui uma habilidade excepcional em utilizar recursos alimentares mais rústicos e grosseiros, o que o torna altamente eficiente na conversão de nutrientes e no ganho de peso.
O Nelore é conhecido por sua notável resistência ao calor, graças às características distintas de sua pelagem, uma superfície corporal maior em relação ao corpo e mais glândulas sudoríparas, permitindo que melhor regule sua temperatura corporal em ambientes quentes.
As vacas Nelore têm partos fáceis, com seus bezerros nascem fortes e saudáveis – reduzindo também as perdas durante o processo de criação. Eles apresentam um rápido crescimento, e suas carcaças podem atingir até 20 arrobas (aproximadamente 300 kg) aos 26 meses, com um rendimento de carne entre 50% a 55% em uma dieta baseada em pastagens.
Por fim, a carne conta com alto teor de sabor e baixo teor de gordura de marmoreio: sendo o mais próxima dos padrões exigidos pelo mercado internacional.
Brahman
O Brahman, reconhecido também como Zebu ou Bos indicus, é uma raça bovina que tem sua origem nos Estados Unidos. No entanto, é importante ressaltar que essa raça é o resultado de um cruzamento cuidadoso entre quatro distintas raças indianas: Nelore, Guzerá, Gir e Krishna Valley, todas indianas.
No Brasil, a introdução da raça ocorreu no ano de 1994, somente após uma alteração na legislação pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e pela Associação Americana de Criadores de Brahman (ABBA). Desde então, os números da raça no país só aumentaram.
Também no nosso país, criadores agropecuários buscaram desenvolver a genética da espécie graças a mostras, laboratórios e pesquisas de países como Colômbia, Estados Unidos, Argentina e Paraguai.
Além disso, o Brahman é reconhecido como a raça de zebu mais criada globalmente, com mais de 60 associações formais que regulam os registros de qualidade, promovem a raça e estabelecem um código de ética – e espalhadas pelos cinco continentes, destacando a ampla presença e popularidade do gado.
Brangus
O Brangus é uma raça bovina obtida a partir do cruzamento entre Brahman e Aberdeen Angus, com aprimoramento realizado de forma simultânea nos Estados Unidos, Brasil, Austrália e Argentina.
O objetivo principal do cruzamento entre Brahman e Aberdeen Angus para criar o Brangus foi desenvolver um animal com altos índices de produtividade, mesmo em condições adversas de clima e meio ambiente.
Para alcançar a alta produtividade em condições desafiadoras, as seleções iniciais buscavam entender como o cruzamento do Brahman com o Aberdeen Angus poderiam resultar no aumento da rusticidade das raças europeias, bem como diminuição da vulnerabilidade a parasitas.
Entre as demais vantagens do Brangus, estão: fácil adaptação, precocidade sexual, longevidade, habilidade materna, bom acabamento da carcaça e marmorização. Sem dúvida, é uma das raças de bois mais criadas no Brasil graças a todos esses fatores.
Sem contar que também é uma raça bastante usada nos confinamentos, considerando seu elevado ganho de peso.
Hereford
Embora a raça Hereford seja originária da Inglaterra, seus primeiros exemplares chegaram a solo nacional por meio do Uruguai e da Argentina. Desde então, ela se tornou uma das raças de boi mais criadas no Brasil.
Devido ao seu notável desempenho e facilidade no manejo, os bovinos da raça se tornaram amplamente populares pelo mundo, passando a ser reconhecidos como uma das raça mais fundamentais do setor.
Eles também são conhecidos por seu grande porte e notável estrutura muscular. Apesar disso, são bastante dóceis no campo – facilitando o manejo para a mão de obra. Adicionalmente, contam com alta fertilidade, longevidade e eficiência alimentar, além de possuírem rusticidade e adaptabilidade a diversos sistemas de produção.
A distribuição uniforme de gordura na carcaça resulta em uma carne com aparência marmorizada e de alta qualidade, o que os torna bastante valorizados no mercado.
Senepol
Originária da África e introduzida no Brasil nos anos 2000, a raça Senepol rapidamente se destacou no cenário pecuário por seu rápido crescimento e ciclo de engorda mais curto em comparação a outras raças de corte.
Além disso, os Senepol são altamente adaptáveis: seja em relação à dieta alimentar ou ao calor, bem como apresentarem resistência superior a parasitas e outros insetos. Sua alta performance reprodutiva os torna uma escolha frequente em cruzamentos industriais, visando aumentar a taxa de sobrevivência dos bezerros no momento do parto nas fazendas.
Os Senepol também exibem um bom acabamento de carcaça e são prontos para o abate precoce, mesmo quando criados em pastagens. Essas características fazem do Senepol uma raça de destaque. Não à toa, são considerados um das raças de bois mais criado.
Leia também: Como funciona o leilão de gado?
Como criar gado de corte e qual é a melhor raça bovina para a minha fazenda?
Para criar gado de corte, basta contar com uma gestão eficiente e controle de rebanho. Para simples, não é mesmo?
Mas definir qual o melhor tipo de pasto, acompanhar o ciclo completo de gestão, estruturar uma dieta personalizada para o gado, selecionar o tipo de cocho ideal, entre outros, é uma tarefa que requer muitos braços! Conheça outros pontos que você também deve considerar:
Investimento em melhoramento genético
Pesquise e invista em programas de melhoramento genético. Eles ajudarão a obter animais com características desejáveis, como maior ganho de peso, melhor conformação de carcaça e resistência a doenças, entre outros pontos muito benquistos no mercado.
Conheça os ciclos de formação
Estude os ciclos de criação do gado bovino: isso vai desde a reprodução até a terminação. Com isso em mente, será possível tomar melhores decisões estratégicas sobre o manejo das espécies, a alimentação e o momento adequado de venda dos animais.
Manejo nutricional adequado
Cuide da nutrição do rebanho com muita atenção. Esta etapa é fundamental para garantir o crescimento saudável do rebanho e a obtenção de uma carne de qualidade. Por isso, ofereça uma dieta equilibrada, com pastagem de qualidade e suplementação alimentar quando necessário – apenas alguns exemplos.
Infraestrutura
Sua fazenda deve contar com uma infraestrutura adequada para a atividade pecuária em questão, independentemente da raça bovina escolhida para o abate. Por isso, tente investir em cercas, currais, bebedouros e galpões de armazenamento de alimentos – pontos essenciais para manter seu gado bem-criado.
Sem contar que uma infraestrutura bem planejada facilitará o manejo do rebanho e contribuirá para o bem-estar dos animais.