Placa Mercosul: significado e tudo sobre esse modelo
Desde a sua implementação, a Placa Mercosul gera dúvidas diárias em motoristas, compradores de carros usados e, principalmente, em gestores de frotas que precisam manter a documentação de dezenas de veículos em dia.
A mudança no sistema de emplacamento brasileiro não foi apenas estética. Ela faz parte de um acordo internacional para unificar a identificação de veículos no bloco econômico, mas trouxe também novas tecnologias de segurança, como o QR Code, e alterou significativamente a lógica de combinações alfanuméricas.
Estamos em 2025 e as regras continuam evoluindo. Será que você é obrigado a trocar a placa do seu carro este ano? O que significam as cores novas? Como descobrir a origem de um veículo sem a tarjeta da cidade?
Neste guia definitivo, vamos desmistificar tudo sobre o Padrão de Estampas de Placas de Identificação Veicular (PIV). Prepare-se para entender a legislação, decifrar a tabela de conversão e aprender a gerenciar essa mudança na sua frota sem dores de cabeça.
Quais são as cores da Placa Mercosul?
Para facilitar a fiscalização, a Placa Mercosul utiliza cores nos caracteres (letras e números) para identificar a categoria do veículo, mantendo o fundo sempre branco:
- Preta: Veículos Particulares (Passeio).
- Vermelha: Veículos Comerciais (Aluguel, Táxi, Ônibus, Caminhões).
- Azul: Veículos Oficiais (Governo e Forças de Segurança).
- Verde: Veículos Especiais (Testes de montadoras e oficinas).
- Dourada: Veículos Diplomáticos/Consulares.
- Cinza/Prata: Veículos de Colecionador (A nova “Placa Preta”).

O que é a Placa Mercosul e por que ela mudou?
Para entender o presente, precisamos olhar para o retrovisor. O sistema anterior (três letras e quatro números – AAA-0000) foi utilizado por décadas, mas estava chegando ao seu limite matemático. Com a explosão da frota nacional, as combinações possíveis – cerca de 175 milhões – estavam prestes a se esgotar em alguns estados.
A Placa Mercosul surgiu com dois objetivos principais: ampliar a capacidade de registros e aumentar a segurança contra clonagem e falsificação.
A nova matemática (4 Letras e 3 Números)
A principal mudança visual e funcional está na disposição dos caracteres. O novo padrão adota o formato LLLNLNN (Três letras, um número, uma letra, dois números).
Exemplo: Se a placa antiga era ABC-1234, a nova (após conversão) pode ser ABC1C34.
Essa simples troca do segundo número por uma letra elevou o número de combinações possíveis para mais de 450 milhões. Isso garante que o Brasil tenha placas disponíveis por, pelo menos, mais 100 anos, mesmo com o crescimento acelerado da frota.
Itens de Segurança: o fim do lacre
Você deve ter notado que a Placa Mercosul não possui aquele lacre de plástico colorido que prendia a chapa à estrutura do carro. Isso gerou medo em muitos proprietários: “E se roubarem minha placa?”.
A segurança do novo modelo não está na fixação física, mas na rastreabilidade digital.
- QR Code Único: Cada placa possui um código bidimensional gravado no canto superior esquerdo. Agentes de trânsito e policiais podem escanear esse código com um smartphone para acessar, em tempo real, todos os dados do veículo (chassi, modelo, proprietário e status de roubo/furto). Isso dificulta drasticamente a clonagem, pois copiar a chapa de metal é fácil, mas gerar um QR Code validado pelo sistema do Senatran é extremamente complexo.
- Ondas Sinusoidais: Se você olhar contra a luz, verá ondas gravadas sobre os caracteres e na borda branca. É uma marca d’água industrial que dificulta a fabricação de placas “frias” em fundo de quintal.
É obrigatório trocar? A legislação em 2025
Esta é a pergunta de um milhão de reais. Muitos motoristas acreditam que existe um prazo fatal para trocar as placas cinzas antigas pelo modelo novo. Vamos esclarecer isso com base nas resoluções atuais do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
A resposta curta é: Não, você não é obrigado a trocar se o seu carro não passar por mudanças de registro.
Em 2025, a obrigatoriedade da Placa Mercosul aplica-se apenas nos seguintes casos:
1. Veículos zero quilômetro (primeiro emplacamento)
Qualquer carro, moto, caminhão ou ônibus novo comprado em concessionária já sairá obrigatoriamente com o padrão Mercosul. Não existe mais a opção de escolher o modelo antigo.
2. Transferência de propriedade (mudança de dono)
Se você vender seu carro usado (que ainda tem placa cinza) para outra pessoa, no momento da transferência no Detran, a troca da placa será exigida para a emissão do novo documento. O custo recai, geralmente, sobre o comprador ou é negociado na venda.
3. Mudança de município ou estado
Se você se mudar de São Paulo para o Rio de Janeiro, por exemplo, e precisar alterar o domicílio do veículo, será obrigado a instalar a nova placa.
Atenção: Se você mudar de endereço dentro da mesma cidade, não é necessário trocar a placa, apenas atualizar o cadastro no Detran.
4. Mudança de categoria
Muito comum para gestores de frota e motoristas de aplicativo. Se um carro particular (placa cinza) passar a ser usado como táxi ou veículo de aluguel (categoria comercial), ele precisará da Placa Mercosul com caracteres vermelhos. O inverso também é válido (de táxi para particular).
5. Placas danificadas, ilegíveis ou furtadas
Se a sua placa antiga estiver apagada, amassada, com o lacre rompido ou for furtada, você não poderá solicitar uma segunda via do modelo antigo. A reposição será feita obrigatoriamente pelo modelo Mercosul.

A polêmica da “volta do município”
Em 2025, tramitam no Congresso Projetos de Lei que discutem o retorno da obrigatoriedade de estampar o nome da cidade e a sigla do estado na tarjeta da placa (hoje existe apenas Brasil).
O argumento é facilitar a identificação visual por autoridades e populares. No entanto, até a data de publicação deste artigo, o padrão vigente continua sendo o unificado (apenas “Brasil na tarja azul), e qualquer alteração futura provavelmente terá prazos longos de adaptação para não onerar o cidadão.
Decifrando as cores: quem é quem no trânsito?
Para o gestor de frotas, entender as cores é vital para garantir que os veículos estejam rodando na legalidade. O modelo antigo usava a cor do fundo da placa para diferenciar (fundo vermelho, fundo branco, fundo preto).
A Placa Mercosul padronizou o fundo em branco com uma tarja azul superior. O que muda agora é a cor da fonte (letras e números). Vamos detalhar cada categoria:
Caracteres pretos: particular
É a placa padrão. Utilizada em todos os veículos de passeio, motos e caminhonetes de uso pessoal.
- Para quem serve: Maioria da população e frotas corporativas de carros administrativos (que não fazem transporte remunerado de carga ou passageiros).
Caracteres vermelhos: comercial
Esta é a categoria mais crítica para a logística. Engloba veículos de aluguel e transporte remunerado.
- Quem usa: Táxis, Mototáxis, Ônibus de transporte público/fretado, Caminhões e Carretas (obrigatório para registro na ANTT), Vans escolares e Carros de autoescola (aprendizagem).
- Dica para Gestores: Se sua empresa tem caminhões, certifique-se de que eles estão na categoria aluguel/comercial com a placa correta para evitar multas em balanças e fiscalização da ANTT.
Caracteres azuis: oficial
Exclusiva para veículos pertencentes aos órgãos públicos (União, Estados e Municípios).
- Quem usa: Carros de prefeituras, secretarias, viaturas descaracterizadas (em alguns casos) e autarquias. As viaturas ostensivas de polícia e bombeiros também utilizam essa categoria.
Caracteres verdes: especial/teste
São as chamadas “placas de experiência”.
- Quem usa: Montadoras (para testar protótipos em vias públicas) e oficinas mecânicas/concessionárias (para testar carros de clientes ou estoque em reparo).
Caracteres dourados: diplomático
Utilizada por missões diplomáticas, consulados e organismos internacionais. Substitui as antigas placas azuis totais dos corpos consulares.
Caracteres cinza/prata: colecionador
A substituta da famosa “Placa Preta”. Inicialmente, o Mercosul não previa distinção para carros de coleção. Após muita pressão de clubes de antigomobilismo no Brasil, criou-se a categoria com letras cinzas/prateadas.
- Regra: Para ter essa placa, o carro precisa ter mais de 30 anos de fabricação e possuir o Certificado de Originalidade (com mais de 80% de peças originais) emitido por clube credenciado ao Denatran.
Tabela de conversão: como fica minha placa antiga?
Se você precisa trocar sua placa antiga pela nova (por venda ou dano), não receberá uma combinação aleatória. Existe uma lógica de conversão direta para manter o registro do carro no sistema.
A regra é simples: o segundo número da placa antiga é substituído por uma letra correspondente. Os demais caracteres permanecem iguais.
Tabela de Substituição:
| 2º Número da Placa Antiga | Letra na Placa Mercosul |
| 0 | A |
| 1 | B |
| 2 | C |
| 3 | D |
| 4 | E |
| 5 | F |
| 6 | G |
| 7 | H |
| 8 | I |
| 9 | J |
Exemplo prático:
- Placa Antiga: KLM – 5 6 7 8
- Conversão: O segundo número é 6. Na tabela, 6 vira G.
- Placa Mercosul: KLM 5 G 7 8
Essa lógica permite que sistemas legados de estacionamentos, seguradoras e pedágios consigam fazer a associação entre o histórico do veículo antigo e o novo.
Como descobrir a cidade de origem pela Placa Mercosul?
Uma das maiores queixas dos brasileiros (“A placa Mercosul não tem cidade!”) tem fundamento cultural. Gostávamos de saber se o motorista à frente era turista ou local. Tecnicamente, a retirada da cidade física reduz custos: se você mudar de cidade, não precisa comprar uma placa nova, apenas atualizar o sistema (exceto se a legislação mudar novamente).
Mas a informação da cidade não sumiu. Ela apenas migrou do metal para o digital.
Como consultar a Placa Mercosul?
Para saber a origem de um veículo com Placa Mercosul, você precisa utilizar aplicativos oficiais, pois o QR Code contém essa informação.
- App Sinesp Cidadão: O aplicativo oficial do Ministério da Justiça. Basta digitar a placa e ele retorna a cidade, estado, modelo, cor e se há alerta de roubo/furto.
- App Carteira Digital de Trânsito (CDT): Se o carro for seu, a informação da cidade de registro aparece no documento digital (CRLV-e).
- Apps de Consulta de Placa (Terceiros): Existem diversos apps na loja (Android/iOS) que consultam a base pública do Detran e informam a cidade de origem.
Para o gestor de frota, isso reforça a necessidade de ter o controle documental centralizado, já que não basta “olhar para a placa” para saber se a filial transferiu o caminhão corretamente.

Custos e onde comprar
Antigamente, você pagava a taxa de emplacamento ao Detran e o órgão lacrava o carro. Com a Placa Mercosul, o modelo mudou. O Detran apenas autoriza o emplacamento, mas quem vende a placa são empresas privadas credenciadas, chamadas de Estampadoras de PIV.
Isso significa que o preço não é tabelado pelo governo (embora alguns Detrans sugiram tetos). É livre mercado.
Qual o valor da placa Mercosul em 2025?
Os preços variam drasticamente entre estados e até entre bairros da mesma cidade.
- Par de Placas (Carros): Varia, em média, de R$ 180,00 a R$ 280,00.
- Placa Avulsa (Motos/Reposição traseira): Varia de R$ 100,00 a R$ 160,00.
Dica de Economia:
Como o preço é livre, pesquise! Em uma mesma avenida próxima ao Detran ou Ciretran, você pode encontrar estampadoras com diferenças de até 30% no valor. Verifique sempre se a empresa é credenciada pelo Detran para garantir que o QR Code será ativado corretamente.
Nunca compre placas em sites de marketplace não oficiais (como Mercado Livre ou Shopee) sem verificar o credenciamento, pois elas podem não ser reconhecidas pelo sistema oficial, gerando apreensão do veículo.
Oportunidade: comprando carros já emplacados na Superbid
Para quem está pensando em comprar um carro usado, a questão da placa é um fator de custo. Comprar um carro que ainda tem a placa cinza significa que, obrigatoriamente, você terá que gastar com o par de placas novas na transferência (além das taxas normais).
Aqui entra uma vantagem estratégica de comprar na Superbid.net.
Muitos dos veículos disponíveis na plataforma são provenientes de desmobilização de frotas corporativas recentes. Grandes empresas tendem a manter frotas novas e atualizadas. Isso aumenta muito a chance de você arrematar um veículo que já possui a Placa Mercosul instalada.
Nesse cenário, ao transferir o carro para o seu nome (no mesmo município), você economiza o valor da estampagem, pagando apenas a taxa de transferência do Detran. Além da economia, você tem a segurança de adquirir um bem com procedência verificada, livre das fraudes comuns no mercado de placas e documentos clonados.
Mais sobre a placa Mercosul
1 – Qual a tabela de conversão da placa Mercosul?
A conversão substitui o segundo número da placa antiga por uma letra: 0=A, 1=B, 2=C, 3=D, 4=E, 5=F, 6=G, 7=H, 8=I, 9=J. Os demais caracteres permanecem na mesma posição.
2 – A placa preta de colecionador acabou?
Não acabou, mas mudou. No padrão Mercosul, a placa de colecionador possui fundo branco e caracteres na cor cinza/prateada. No entanto, no Brasil, é permitido o uso de uma versão com fundo preto e letras brancas para uso em território nacional, desde que o veículo tenha certificado de originalidade, para manter a tradição estética.
3 – Como saber de qual cidade é o veículo pela placa?
Visualmente não é possível, pois a placa traz apenas “Brasil”. Para descobrir a cidade de registro, é necessário consultar o QR Code da placa ou digitar a combinação alfanumérica em aplicativos oficiais como o Sinesp Cidadão ou Carteira Digital de Trânsito.
4 – Qual o valor da placa Mercosul em 2025?
O preço não é fixado pelo Detran e varia conforme a estampadora credenciada. Em média, o par de placas para carros custa entre R$ 180,00 e R$ 280,00, e a placa avulsa para motos entre R$ 100,00 e R$ 160,00.
5 – Preciso trocar a placa se mudar de bairro?
Não. A troca obrigatória por mudança de endereço aplica-se apenas quando há mudança de município ou estado. Mudanças de endereço dentro da mesma cidade exigem apenas a atualização do cadastro no Detran, sem necessidade de trocar a placa (mesmo que seja a cinza antiga).
A placa Mercosul veio para ficar. Apesar da estranheza inicial e das mudanças de regras, ela representa um avanço na segurança patrimonial e na longevidade do sistema de registros nacional.
Para o motorista comum, a regra é simples: se não vai vender nem mudar de cidade, fique tranquilo com sua placa antiga. Para o gestor de frotas, a atenção deve ser redobrada na categoria (cor da placa) e na atualização cadastral.
Entender a sopa de letrinhas e as cores é mais do que curiosidade; é uma ferramenta para evitar multas e golpes. Agora que você é um especialista no assunto, que tal aproveitar para buscar seu próximo veículo com a segurança de quem entende do mercado?
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