A Ascensão da Scania: Uma História de Inovação e Excelência

Você sabia que a Scania, renomada marca de caminhões, começou sua jornada produzindo bicicletas? A Scania, renomada marca de caminhões, se tornou uma das principais referências no setor automotivo no quesito eficiência e confiabilidade. Desde sua fundação até os avanços tecnológicos de hoje, a história da marca Scania é um exemplo de qualidade e excelência que conquistou a confiança de motoristas e empresas em todo o mundo.

Com uma história rica e uma presença global, a Scania estabeleceu-se como uma líder no mercado de veículos comerciais, e hoje é considerada uma das principais marcas quando falamos de veículos pesados.

Isso porque, a marca inovou com a criação de um transporte que lembrava uma carroça, mas comum motor e que comportava várias mercadorias ainda em 1902. Com os anos, a empresa aperfeiçoou ainda mais seus veículos, que continuaram a ser produzidos à mão até os próximos anos, quando a revolução tecnológica otimizou esse processo.

Confira a seguir mais sobre a história da marca Scania!

Como a Scania surgiu?

Fundada na Suécia, a marca Scania se consolidou no mercado após juntar-se com uma marca que produzia vagões. Até então, a Scania produzia bicicletas para a época, e depois de se fundar com a VABIS em 1911, passou a produzir veículos pesados como ônibus, motores industriais e veículos marítimos. A fusão das duas marcas deu origem à marca SCANIA-VABIS.

A VABIS, por sua vez, foi fundada em 1891, e produzia vagões e veículos de passageiros, mas em 1903, a marca lança no mercado seu primeiro caminhão. Com a fusão das duas empresas, a SCANIA-VABIS passou a produzir ainda mais veículos pesados com o objetivo de se expandir no mercado, focando na exportação dos seus produtos para outros países.

Depois da fusão da Scania com a VABIS, a nova empresa lança um dos principais marcos automobilísticos da época: o primeiro ônibus com motor a combustão, que recebe o nome de Nodrmark.

O veículo foi desenvolvido com um chassi propulsionado por correntes, e na traseira do caminhão os bancos eram forrados por pele de alces. O veículo atingia a incrível velocidade de 20 km/h, o que era de fato impressionante para a época.

Depois de lançar seu primeiro veículo para transporte público, a Scania começou a notar que havia uma grande quantidade de carros importados e luxuosos na Suécia naquela época. Foi quando ela decidiu começar a produzir carros para a alta sociedade.

Porém, com o início da Primeira Guerra Mundial, a Scania mudou os rumos dos seus planos e passou a produzir veículos para o exército sueco. Nessa época seus lucros dispararam, e os veículos produzidos para a guerra foram projetados como pequenos caminhões leves com tração nas quatro rodas e quatro eixos de transmissão em cada roda.

Assim que a guerra acabou, a Scania-Vabis decidiu focar todos seus esforços para produzir caminhões, abandonado seus planos de carros de luxo. 

Porém, com o mercado cheio de veículos militares, a empresa entrou em declínio e quase faliu. A ajuda chegou de Estocolmo, do Banco Enskilda, tornando a Scania-Vabis uma empresa bem financiada na época, o que garantiu seu grande destaque dos próximos anos e deu continuidade à história da marca Scania pelo mundo.

A história da marca Scania no Brasil

A sede da Scania no Brasil foi fundada em 1962, em São Bernardo do Campo. Mas a marca atuava no país desde 1957 por meio das instalações da Vemag, no bairro Ipiranga, em São Paulo. Além disso, nesse período o Brasil recebia muitas visitas dos representantes que estavam finalizando as negociações para a construção da fábrica SCANIA-VABIS.

O primeiro caminhão fabricado pela Scania no Brasil foi finalizado em 1958 e recebeu o nome de L75. Com o tempo, ele ficou conhecido como Rei das Estradas, e foi um dos modelos mais vendidos da década de 50-60. 

Quando foi desenvolvido, o caminhão atendia às exigências de ter 35% da fabricação brasileira, mas com os anos, passou a ser 100% produzido no país.

Seu grande sucesso se deu pelo motor D-10 com 165cv de potência e sistema de alimentação por meio de injeção direta. Com isso, o caminhão conseguia economizar cerca de 25% a mais de combustível em comparação aos modelos concorrentes.

Depois do grande sucesso do L75, a Scania lança no mercado em 1959 seu primeiro ônibus fabricado no Brasil também com motor D-10 com potência de 165 cv, considerado também um grande momento para a história da marca Scania.

Assim como o caminhão, o ônibus da Scania também fez muito sucesso no mercado nacional, e passou a ser usado até mesmo em frotas de grandes empresas, como a Cometa.

O novo marco da Scania aconteceu em 1971, quando a marca decidiu lançar no mercado o sistema de freio modernizado, tornando sua linha de caminhões ainda mais inovadora para a época. Essa linha ficou popularmente conhecida como Série 0, ou João de Barro, devido ao formato de sua cabine.

Quatro anos depois, em um grande sucesso, a marca lançou o modelo Jacaré L111, que trouxe a direção hidráulica e cabine leito, além de inaugurar a nova fábrica de chassis. Com um motor de 203 cv, esse modelo foi disponibilizado nas versões LS, LT e L.

A série continuou a ser produzida até 1981, quando a Scania lançou o modelo T112, precursor da versão 112HW com motor V8. Esse caminhão prometia melhorar a aerodinâmica com para-brisas inclinados a 20 graus e oferecia opções de cores da cabine como amarelo, vermelho, laranja, branco e azul.

Em 1979, durante a inauguração do I Congresso Nacional de Transporte Público no Rio de Janeiro, a Scania lançou seu primeiro ônibus articulado no país. Esse lançamento incluiu dois modelos: um urbano, projetado para grandes cidades e com capacidade para até 180 passageiros, e um rodoviário, com capacidade para até 70 passageiros.

No mesmo ano, a marca lançou o novo caminhão LK 141, que oferecia 7% a mais de potência e 19% a mais de torque em relação ao modelo anterior. Além das melhorias mecânicas, esse caminhão garantia uma economia de combustível de cerca de 6% em comparação com seu predecessor.

A produção do LK durou até 1981, quando foi substituído pela Série 2 da Scania, que foi lançada na Europa seis meses antes de chegar ao Brasil.

A linha R apresentava uma cabine popularmente chamada de “cara chata” e oferecia duas opções de motores: um de 305 cv e outro de 388 cv. Foi também nesse ano que a linha T, com cabine de capô, foi introduzida. Esse lançamento impulsionou a fabricação de caminhões sob demanda, atendendo às necessidades de transporte dos clientes da marca.

Em 1983, o revolucionário Intercooler chegou ao Brasil. Esse equipamento resfriava o ar de admissão dos motores dos caminhões Scania, proporcionando mais torque e potência com a mesma rotação por minuto (RPM). 

Isso resultava em uma economia de combustível ainda maior e eliminava a necessidade de trocar de marcha com frequência durante a operação.

Nesse mesmo ano, a Série 2 da Scania finalmente chegou aos chassis de ônibus urbanos e rodoviários, com o nome de K 112 (motor traseiro) e S 112 (motor dianteiro). Esses novos modelos substituíram a linha B e BR.

Com o sucesso dos novos motores e modelos de veículos pesados, a Scania venceu uma concorrência pública aberta pela Prefeitura de São Paulo em 1985, fornecendo um lote de 210 unidades do modelo K 112 para a cidade. 

Esses veículos foram destinados ao transporte de passageiros e ofereciam grande conforto devido à suspensão total a ar.

No ano seguinte, em 1986, a marca lançou o ônibus K 112 T para uso rodoviário, com a diferenciação de um terceiro eixo original de fábrica. A primeira unidade da nova Série foi estreada pela linha Curitiba-Cascavel da empresa Sulamericana.

Alguns anos mais tarde, em seu aniversário de 30 anos no Brasil, já em 1988, a Scania celebrou o marco com o lançamento do seu mais novo modelo de caminhão, o Super Advance, equipado com o motor DSC 14-07 de 400 cv de potência.

Também nesse ano, o intercooler, que antes estava disponível apenas para caminhões, começou a ser utilizado nos ônibus, proporcionando não apenas economia, mas também velocidade aos veículos. Isso permitia que cada ônibus fizesse mais viagens por mês com o mesmo motor.

Ainda em 1988, a marca lançou seu primeiro ônibus urbano de dois andares, conhecido como “Fofão” pelos paulistas, montado sobre o chassi K 112 CI. Esse modelo possibilitava o transporte de passageiros em qualquer lugar do Brasil, inclusive em cidades do interior onde veículos maiores não conseguiam acessar.

Durante os anos 90, a marca enfrentou uma série de desafios e passou por importantes transformações que ajudaram a moldar a empresa para o futuro. Em 1995, a Scania lança sua renomada série de caminhões “Série 4”. 

Essa linha de caminhões foi um marco na história da Scani e na indústria, pois introduziu inovações significativas em termos de conforto, desempenho e design. Os caminhões da Série 4 se tornaram populares entre motoristas e transportadoras em todo o mundo graças à sua inovação.

Algumas das principais características do novo modelo eram:

• Design e conforto: Os caminhões da Série 4 apresentavam um design aerodinâmico moderno, com linhas suaves e estilizadas. Além disso, o interior dos veículos foi projetado para oferecer um ambiente de trabalho ergonômico e confortável para os motoristas, com foco na redução do ruído e das vibrações.
• Desempenho e eficiência: A Série 4 introduziu avanços significativos em termos de desempenho e eficiência. Os caminhões apresentavam motores potentes e ainda mais econômicos, que ofereciam uma combinação ideal de torque e consumo de combustível. Isso resultava em maior eficiência operacional e redução dos custos de combustível.
• Segurança: A Scania deu grande importância à segurança dos motoristas e passageiros. Os caminhões da Série 4 foram equipados com recursos avançados de segurança, como freios a disco, controles de estabilidade, sistemas de frenagem auxiliares e dispositivos de proteção em caso de colisão.
• Modularidade e versatilidade: A Série 4 foi projetada com base em um conceito modular, o que significa que os componentes principais do caminhão podiam ser facilmente adaptados e combinados para atender a diferentes necessidades e aplicações. Isso permitia que os clientes personalizassem seus veículos de acordo com suas exigências específicas e necessidades do negócio.
• Conectividade e tecnologia: A Scania foi pioneira no uso de tecnologia avançada em seus caminhões. A Série 4 apresentava recursos de conectividade, como diagnósticos remotos e telemática, permitindo um monitoramento mais eficiente do veículo e uma manutenção proativa.

A Scania continuou a inovar e a expandir sua presença no mercado de veículos pesados ao longo dos anos, estabelecendo-se como uma marca de referência no setor.

A expansão da marca Scania

Depois de 10 anos do lançamento do ônibus brasileiro da marca SCANIA-VABIS, a marca acabou simplificando o nome para apenas Scania. Nesse período, a marca ficou conhecida mundialmente por fabricar apenas veículos de alta qualidade e exatamente duráveis, e já atuava em diversos países no mundo todo.

Anos mais tarde, já em 1995, a Scania e a Leyland Truck, uma marca britânica que fabricava caminhões, decidem empreender juntas para fabricar caminhões na América Latina.

Além dessa parceria, a Scania também se juntou com outras empresas conhecidas no setor para expandir suas operações globais.

Devido à grande expansão e ao notório sucesso da marca, a Scania passou a chamar atenção de empresas do mundo todo, fazendo com que a Volkswagen adquirisse uma participação majoritária da empresa nos anos 2000.

Mais tarde, após 8 anos, a Volks decide aumentar a sua participação e adquire 70,94% do capital votante e 37,73% do capital social.

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Com o enorme sucesso das duas marcas, a Volkswagen decide então assumir o controle total da Scania, adicionando-a à TRATON SE, um grupo de produtores de veículos pesados que também conta com marcas como MAN e Volkswagen Caminhões e Ônibus. A TRATON SE é hoje considerada um dos maiores grupos de produção de veículos pesados e é reconhecida pelo mundo todo por seus produtos de qualidade.

O último lançamento da marca ocorreu em 2022, para comemorar os 65 anos da Scania no Brasil. A Edição Comemorativa de 65 anos incluiu apenas 265 unidades dos modelos R450 6X2 e R540 6X4. Essa nova edição especial se juntou às outras 13 séries de edições especiais lançadas ao longo dos anos pela Scania.

Além disso, este também foi o ano em que a Scania alcançou um marco importante, com a venda de 600 unidades de caminhões a gás.

Olhando para trás na jornada da Scania, vemos uma marca que definiu o setor de veículos pesados com inovações ousadas e um compromisso inabalável com a qualidade. A marca conquistou o respeito global, não apenas por ser uma pioneira em seu campo, mas também por sua habilidade de adaptar-se e prosperar em meio a adversidades, como as desafiadoras circunstâncias da Primeira Guerra Mundial.

Desde suas modestas origens fabricando bicicletas e sua fusão inovadora com a VABIS até sua expansão para a produção de veículos militares e comerciais, a Scania demonstrou uma coragem empresarial e uma visão de futuro notáveis. Sua história é um testemunho do poder do engenho humano e da determinação, com lições que vão além do setor automotivo.

Hoje, a Scania se mantém como um farol de excelência na indústria automotiva, continuando a escrever sua história através da inovação contínua, da sustentabilidade e da paixão por criar veículos que movem o mundo. Seu legado se estende por mais de um século, e, sem dúvida, continuará a influenciar a paisagem automotiva por muitos mais

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