O boi mais caro do Brasil: conheça a história por trás do recorde
Chegou o momento que todos esperavam: conhecer o boi mais caro do Brasil. Mas não pense que tomar conhecimento sobre ele é apenas uma forma de matar a curiosidade. Ao descobrir qual é o boi mais caro de um país ou nação, é possível identificar quais aspectos da pecuária local estão mais relevantes, bem como técnicas de cultivo e afins.
É inacreditável, mas é verdade: existem raças de bovinos que valem mais do que sua casa, carro e casa de férias combinados. É difícil imaginar, mas os números que permeiam a indústria pecuária são verdadeiramente espantosos, oferecendo oportunidades financeiras incríveis para aqueles que estão envolvidos nesse setor.
A pecuária não é apenas uma parte fundamental do Brasil, mas também do mundo. Ela é capaz de fornecer couro, carne e uma infinidade de outros produtos essenciais para o nosso dia a dia. E ao longo do tempo, a criação seletiva de gado resultou numa variedade impressionante de raças e espécies, cada uma adaptada a diferentes condições climáticas e propósitos específicos.
Por esses motivos, o gado se tornou um verdadeiro tesouro, vendido por valores que desafiam a lógica. Desde fazendas deslumbrantes até leilões concorridos, esses animais impressionam não apenas pelo seu tamanho majestoso, mas também pelos investimentos colossais que representam.
Neste post, você vai conhecer o boi mais caro do Brasil, entender sua linhagem e conhecer as características que o definem como extremamente lucrativo.
Para saber mais, basta continuar a leitura!
O boi mais caro do Brasil é da raça Nelore
Antes de apresentarmos o gigante do mercado nacional, é importante ressaltarmos a sua raça para saber de onde tudo começou, não é mesmo? Bom, em primeiro lugar, adiantamos uma coisa: o bois mais caro do Brasil é da raça Nelore!
A raça Nelore tem suas origens na antiga província de Madras, localizada no estado de Andhra Pradesh, na Índia. Ela se desenvolveu a partir do cruzamento do Ongole com mais de catorze raças diferentes, que foram introduzidas por tribos arianas por volta de cinco mil anos antes de Cristo.
Posteriormente, os arianos levaram a raça para o continente indiano. No entanto, na Índia, devido a razões religiosas e culturais, o Nelore não foi direcionado para a produção de carne e não passou por melhoramentos genéticos. Naquela época, sua utilidade estava restrita ao transporte de cargas pesadas e à produção de leite.
Nelore no Brasil
De acordo com os registros da Associação Brasileira dos Criadores de Nelore (ABCN), a primeira introdução da raça Nelore no Brasil remonta a 1868, quando um navio com destino à Inglaterra fez escala em Salvador, trazendo consigo um casal de animais da raça. Esses animais foram vendidos e permaneceram no país.
No entanto, a história teve continuidade. Dez anos depois, em busca de animais exóticos para trazer ao Brasil, o imigrante suíço Manoel Ubelhart Lembgruber teve seu primeiro contato com a raça Ongole durante uma visita ao zoológico de Hamburgo, na Alemanha. A partir desse encontro, ele promoveu a importação de um casal de animais dessa raça em outubro de 1878.
Conheça algumas características da raça Nelore
O gado da raça Nelore é bastante conhecido por ter uma estrutura de médio a grande porte, mas dotado de uma musculatura com traços compactos e bem distribuídos, e para completar, apoiada por uma ossada ligeira – no entanto, bastante robusta e resistente.
Já sua pelagem tem tons predominantes brancos, embora também possam ser encontrados exemplares em tons de cinza-claro, além de variações de cores malhadas. Independentemente da cor, no entanto, todos os animais da raça exibem pelos densos e curtos, acompanhados por uma pele negra e macia por baixo.
Vale notar que os exemplares machos, geralmente, costumam ter uma tonalidade de cor mais escura no cupim e no pescoço em comparação com o restante da pele.
Já sua cabeça é estreita e com um perfil subconvexo. As características distintivas, por sua vez, contam com narinas amplas e afastadas, um focinho largo e preto. As orelhas são simétricas, curtas e com extremidades pontiagudas. Outro ponto digno de destaque é a existência de uma variedade de Nelore chamada de “mocho”, conhecida por não possuir possui chifres.
A musculatura dos animais Nelore varia entre os sexos, com os machos exibindo um desenvolvimento muscular mais pronunciado em comparação às fêmeas. Outro aspecto particular aos machos é o cupim, bem mais proeminente. Enquanto nas fêmeas, sua aparição é mais discreta. As tetas das vacas são de tamanho médio e eficientes para a ordenha.
No geral, o gado Nelore é reconhecido por sua estrutura física e características distintivas que o tornam uma raça única e valiosa na pecuária.
Leia também: Vaca mais cara do Brasil – Conheça essa verdadeira obra de arte da genética bovina
Conheça o boi mais caro do Brasil
Durante um evento no Tatersal de Elite da Acrissul em Campo Grande marcou um momento histórico para a pecuária brasileira.
Em destaque estava o touro nelore mais valorizado do Brasil, Rem Caballero, orgulhosamente criado em Mato Grosso do Sul. Este magnífico exemplar é o resultado brilhante de anos de dedicação à seleção genética e estudos meticulosos, todos focados em assegurar o desempenho superior do animal e aumentar significativamente seu valor no mercado da carne.
Durante o leilão, um pecuarista investiu nada menos que R$ 465 mil para adquirir 10% dos direitos e royalties sobre a venda do sêmen de Rem Caballero. Esse não é um investimento comum, afinal, este touro é o líder absoluto no sumário da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP), com um Mérito Genético Total (MGT) impressionante de 32.56, o mais alto na história dos 27 anos do Programa ANCP Nelore Brasil.
Esse índice é uma medida abrangente das características cruciais para a pecuária de corte, consolidando a reputação de Rem Caballero como um gigante no mundo da genética bovina.
Sua proeza também não para por aí. Com uma motilidade impressionante de 70% aos 15 meses de idade e uma linhagem que inclui uma vaca super precoce, Rem Caballero é verdadeiramente excepcional.
Filho de três gerações paternas e maternas da respeitada Genética Aditiva, este touro de elite é compatível com todas as linhagens do mercado. Ele já tem um contrato firmado com a renomada central de sêmen Alta Genetics, evidência clara do seu valor incomparável.
Os direitos de exploração do animal foram adquiridos por Luis Roberto Soares, da Fazenda Papuan em Caldas Novas, Goiás. Ele agora possui não apenas um investimento lucrativo, mas também uma responsabilidade no sucesso contínuo de Rem Caballero. Além dos direitos e obrigações associados ao percentual adquirido, Soares tem o privilégio de usar o sêmen para consumo próprio em sua fazenda, a um preço de custo, com uma cota de até 5 mil doses por ano.
O futuro da pecuária de elite brilha mais intensamente do que nunca, graças a touros como Rem Caballero, que não são apenas animais notáveis, mas também símbolos vivos da inovação e do progresso na indústria pecuária nacional.
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