O que é a indústria 4.0 e como se preparar?
Usado pela primeira vez em 2011, durante a Feira de Hannover, principal encontro de tecnologia industrial, a indústria 4.0 é um termo que indica uma nova era de mudanças nos processos industriais.
Desde então, ganhando o pomposo título de “Quarta Revolução Industrial”, a famigerada indústria 4.0 tomou conta da realidade do mercado internacional, abrigou o cotidiano de diversas empresas e desenvolveu seus próprios temas de estudo ao longo dos tempos.
Tente imaginar que todas as máquinas da sua fábrica estão conectadas entre si, digitalmente, dentro de um sistema, certo? Assim, essa fábrica terá a possibilidade de ser monitorada em tempo real e todos os processos em tempo real e tomar decisões que serão efetivas para o seu mercado.
Originalmente, a Indústria 4.0 foi concebida como uma forma de adaptar e melhorar a manufatura. No entanto, com o surgimento da Internet das Coisas, sua expansão passou a ser muito acelerada e seu impacto atingiu novas áreas.
Neste artigo, você vai entender melhor o que é a indústria 4.0 e, principalmente, como você pode se preparar para essa verdadeira revolução industrial.
Mas o que é a indústria 4.0?
A Indústria 4.0 é um conceito que abrange automação e tecnologia da informação. Além disso, ela também abriga todas as inovações e principais processos tecnológicos de ambos os campos supracitados a fim de otimizar e melhorar os processos industriais de uma companhia.
Ela é aplicada diretamente na manufatura, funcionando como a transformação de matérias-primas em um produto com valor agregado.
Caso você não saiba, a manufatura é a junção de duas palavras: mão e acabamento, ambas em latim. E o termo designa trabalho artesanal, algo que é feito à mão.
Sabemos que faz tempo que as mãos de operários foram substituídas por máquinas potentes e robustas, certo? Mesmo assim, continuamos avançando na automação, que é a justamente a capacidade de termos máquinas que trabalhem sem a necessidade de uma operação humana por trás delas constantemente.
O que a indústria 4.0 faz nesse cenário é o grande salto tecnológico de elevar essa automação à máxima potência. Ou seja, ela permite que os robôs desempenhem funções cada vez mais complexas e independentes, sem precisarem da supervisão humana.
Não estamos falando apenas do lado operacional, mas de tarefas que exigem intelecto, por exemplo. Se quiser, pode pensar nos “Jetsons”!
Quem é responsável por ajudar e permitir esses processos de independência das máquinas são os algoritmos. Eles permitem que as máquinas analisem dados em uma velocidade que um humano não conseguiria sozinho.
Dessa forma, podemos dizer que a indústria 4.0 é a realidade na qual a tecnologia industrial está cada vez mais precisa, inteligente e rápida. E o mais importante de tudo: independente.
A Indústria 4.0 — ou a Quarta Revolução Industrial
Por que a Indústria 4.0 recebe esse título de Quarta Revolução Industrial? É preciso entender que a palavra “revolução” caracteriza fenômenos em que há uma transformação radical de uma sociedade.
Assim, não é qualquer novidade que um fabricante desenvolver que poderá ser reconhecida como uma revolução. Pequenos gestos parecidos poderão ser assimilados como uma tendência tecnológica, no caso.
E é claro que ela não acontece da noite para o dia. É capaz de demorar décadas, inclusive, para se consolidar e ser reconhecida como uma revolução. Por exemplo, já se fala em automação e internet das coisas (conceito que você verá mais adiante) mais tempo do que se fala em indústria 4.0 ou quarta revolução industrial? Pois é!
Dando um giro no tempo, tivemos outras revoluções significativas na indústria antes de chegarmos na quarta. Confira a seguir quais foram as anteriores.
As três primeiras revoluções industriais
Antes de falarmos um pouco mais sobre a quarta revolução industrial, ou a indústria 4.0, devemos passear um pouco pela linha do tempo para que você saiba quais foram todas as mudanças que a indústria abrigou até agora.
Acredite, essas transformações começaram há séculos e seus impactos ainda são vistos no nosso presente!
A Primeira Revolução Industrial
Iniciada na Europa, a partir do ano de 1760, a primeira fase da revolução industrial é majoritariamente caracterizada pelo desenvolvimento tecnológico da época.
Essa mudança impactou e se espalhou pelo mundo inteiro, catapultando profundas transformações sociais e econômicas. Ela foi marcada pela transição do sistema feudal para o sistema capitalista, até 1850.
Características da Primeira Revolução Industrial
A principal característica desta fase da revolução industrial é a mudança do processo produtivo. Anteriormente a ela, ao se fabricar algum produto, era tarefa dos artesões, homens e mulheres para desenvolvê-lo em oficinas, ou até mesmo em casa. Após a revolução industrial, tudo isso mudou.
O trabalho passou a ser efetuado em fábricas com o auxílio de maquinário industrial. Um dos benefícios dessa mudança foi a otimização do tempo.
Os trabalhadores não tinham mais que passar por todas as etapas para montar ou fabricar um produto, e gastando horas do seu dia. Assim, com menos tempo gasto, a indústria passou a aumentar também o seu lucro, pois poderia fabricar mais em um curto período daquele momento.
Também nesta fase, a indústria passou a trabalhar com a divisão do trabalho. Como assim? Bom, a partir deste momento, cada trabalhador era responsável por apenas uma etapa dentro do processo produtivo. Anteriormente, os trabalhadores atuavam desde à busca da matéria-prima até a comercialização.
E finalizando a principal — e melhor — característica da primeira fase da revolução industrial é: o trabalho assalariado. O funcionário passou a receber de acordo com a sua produção.
Anteriormente, ele controlava o seu processo produtivo para que conseguisse entregar as suas demandas. Agora, sua mão de obra passou a ser vendida como um produto para a própria indústria. Foi assim que surgiu o conceito de relação de trabalho, aliás.
Então, se temos trabalhadores ganhando um salário e de carteira assinada, provavelmente devemos agradecer à primeira revolução industrial.
Quem mandou foram os ingleses!
Pioneira da revolução industrial, a Inglaterra foi o principal palco dessas mudanças por muitos fatores diferentes. Mas, principalmente, devemos comentar que foi na Inglaterra onde surgiu a burguesia.
A burguesia se tratava de grupos de pessoas que possuíam poder aquisitivo e que poderiam financiar a produção local. Os burgueses também adquiriram propriedades rurais e matéria-prima, assim, detinham praticamente todos os meios de produção.
A geografia também foi outro fator que foi ao encontro com as vantagens inglesas. O espaço do país permitia acesso rápido ao comércio marítimo. Assim, os ingleses tinham o poder de transportar mercadorias, explorar novos territórios e aumentar a zona do comércio livre.
Gradualmente, a Inglaterra conseguiu tornar-se uma grande potência marítima, assim, tendo mais capital para investir em máquinas novas nas fábricas, produzir mais e gerar ainda mais lucro. Um grande círculo virtuoso.
Outros fatores que contribuíram com a vantagem Inglesa durante a primeira revolução industrial foram:
- Terra de muitos recursos naturais e matérias-prima, como lã, carvão e ferro, por exemplo;
- As políticas econômicas permitiram a possibilidade do progresso tecnológico, assim como o aumento da produtividade;
- Política dos cercamentos, que acabou mudando a configuração de áreas rurais exigindo cercas para a criação pecuarista.
Consequências da primeira revolução industrial
Bom, a primeira mudança clara da fase um da revolução industrial foi a transformação do sistema produtivo. Assim, surgiram as indústrias, a manufatura, aumento da mão de obra, entre outros.
A divisão entre a burguesia e o proletariado também passou a existir. Os salários dos trabalhadores de mão de obra eram baixos, a burguesia ficava com boa parte dos lucros. A disparidade entre essa relação de trabalho chegou ao seu ápice durante a segunda revolução industrial, que você acompanha a seguir.
A Segunda Revolução Industrial
Iniciada na segunda metade do século XIX e finalizada no final da Segunda Guerra Mundial, a Segunda Revolução Industrial ainda esteve diretamente ligada à Inglaterra, mas o período foi marcado pela expansão para outros territórios.
O período concentrou o aprimoramento de técnicas, surgimento de novas máquinas e a introdução de novos meios de produção. Antes, como você pode ter visto, a industrialização ficou limitada aos países ingleses.
Aqui, no entanto, a revolução atingiu uma nova massa, como os Estados Unidos, a França, a Alemanha, a Rússia e o Japão.
O período também é marcado por novos representantes e matérias-primas, como o aço, a eletricidade e o petróleo (tendo recebido a tocha do ferro e do carvão).
Causas da segunda revolução industrial
Ligada diretamente com outras revoluções, como a Revolução Burguesa, a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, a Segunda Revolução Industrial introduziu tecnologias que permitiram a produção em massa, a automatização do trabalho e o surgimento de novas indústrias (sendo as mais importantes, a indústria elétrica e a indústria química).
Todas as revoluções que culminaram na entrada deste período estavam pautadas no pensamento liberal. Elas também foram influenciadas pelo Iluminismo, que ajudou a desenvolver as relações capitalistas e as de produção, assim como a dominação social do período.
A burguesia ainda era a classe mais dominante, apenas perdendo para o poder da Igreja e da Monarquia.
O capitalismo que surgiu a partir da Segunda Revolução Industrial acabou monopolizando os setores industriais e do mercado. Assim, podemos dizer que o capitalismo foi o real protagonista da época.
Segunda Revolução Industrial e o Monarquismo
A inserção de novas técnicas, o aprimoramento de novos meios de produção e o aumento das fábricas, apesar de terem impulsionado o desenvolvimento industrial, o aumento da produtividade e os lucros, acabaram gerando bastante desemprego naquele período, empobrecendo a classe trabalhadora.
A mão de obra foi, aos poucos, sendo substituída por máquinas, processos automatizados e correias transportadoras. Ou seja, a manufatura deu lugar à maquinofatura.
Essa nova realidade fez com que a classe trabalhadora não fosse capaz de consumir tudo aquilo que era produzido, gerando um grande excedente na produção, diminuindo os lucros e causando diversos prejuízos aos fabricantes.
Os países capitalistas, como Alemanha e Estados Unidos, precisavam ampliar o seu mercado consumidor, expandindo-o geograficamente para além dos territórios ingleses. Além disso, os países precisavam também buscar matéria-prima suficiente para suprir a produção. Surge, nesse momento, o que ficou conhecido como o imperialismo.
O imperialismo corresponde às ações e medidas tomadas por países que pretendiam expandir os seus territórios por meio da dominação de outros territórios mais fracos. Essa dominação pode ser de ordem cultural, política ou econômica.
Consequências da Segunda Revolução Industrial
O aumento da produtividade nas indústrias pode ser considerado um dos principais movimentos de mudança provenientes da Segunda Revolução Industrial. Mas, claro, que não podemos deixar de mencionar as mudanças econômicas e sociais.
O desenvolvimento tecnológico foi o primeiro afetado, pois passou a permitir a produção de produtos em massa e introduziu as novas relações trabalhistas (empregados e patrões).
No entanto, o monopólio das grandes empresas e empresários teve repercussões negativas. Como dominavam o mercado, esses dois polos passaram a desvalorizar a sua mão de obra, concentrando todo o capital para si mesmos. Além de explorar os funcionários. Pense no filme favorito dos professores de história: “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin.
O aço também teve um papel importante nesta fase da indústria: começou a ser utilizado nas rodovias, na indústria naval, na fabricação de armamentos, entre outros. A indústria química também trouxe uma lufada de ar fresco para a época: foram desenvolvidos remédios, fertilizantes, papel e outros produtos que vimos até hoje em dia.
Outro grande destaque foi o crescimento da eletricidade, que também passou a fazer parte do cotidiano de todos.
Anteriormente, ele era utilizada apenas em pesquisas de laboratório. Ela também ajudou a substituir o papel da energia a vapor, desenvolvendo melhor ambas as indústrias. O transporte também ganhou um peso com o apoio elétrico, culminando no surgimento do trem elétrico, entre outros.
Outras invenções significativas do período:
- Bateria química
- Indução eletromagnética
- Lâmpada de filamento
- Tração elétrica
- Motores elétricos
- Cabo submarino de comunicações
- Telefone
- Telégrafo sem fio
- Ondas de rádio
Agora, vamos ver como foi a última revolução na indústria que tivemos antes do surgimento da Indústria 4.0.
Terceira Revolução Industrial
Por fim, chegamos a terceira revolução industrial. Esta fase corresponde ao período imediatamente após a Segunda Guerra Mundial.
Na época, os avanços no campo tecnológico passaram a abraçar o campo da ciência, fazendo com que ela fosse integrada ao nosso sistema de produção. Assim, a terceira revolução industrial também é conhecida como a “Revolução Técnico-Científica-Informacional”.
Como e quando ocorreu a Terceira Revolução Industrial?
Foi a partir do ano de 1950 que a Terceira Revolução Industrial aconteceu. Naquele momento, muitos campos do conhecimento passaram a sofrer mudanças devido ao avanço tecnológico da época, algo que, até então, não havia sido presenciado pelo homem.
Foram várias as indústrias que passaram a desenvolver alta tecnologia nos seus processos. Por consequência, esses mesmo setores começaram a se sobressair em relação às indústrias que, anteriormente, se destacaram em outras fases da Revolução Industrial, como o setor metalúrgico, a siderurgia e a indústria dos automóveis que foram ultrapassados pela indústria genética e a robótica.
Além dessas duas indústrias, outras como a informática, a de telecomunicações, eletrônica, entre outras, ganharam mais fôlego.
Os estudos realizados nessas áreas modificaram todo o sistema produtivo. Dessa forma, as tecnologias empregadas assumiram a posição de otimizar a produção, qualificar a mão de obra e auxiliar em outras etapas produtivas, como a comercialização e gestão das empresas envolvidas na fabricação e comércio dos bens produzidos.
Muitas dessas invenções, aliás, foram criadas apenas para fins de suprir algumas necessidades geradas pela Segunda Guerra Mundial. Outras foram aprimoradas também durante o período, mesmo que sua criação tenha sido anterior aos conflitos.
Instrumentos mais precisos, máquinas mais eficientes e a produção de robôs alteraram para sempre a indústria. Assim, a produção e os lucros aumentaram gradativamente. E os custos com mão de obra e o tempo foram diminuindo.
A Terceira Revolução Industrial também foi capaz de mudar as relações sociais entre o homem e o meio. Claro, além do desenvolvimento obtido no setor industrial.
Toda a força tecnológica introduzida no período possibilitou que as informações fossem transmitidas com mais rapidez às pessoas. Elas também passaram a estimular a interação entre diversas pessoas, independentemente do local geográfico ocupado por cada uma.
Assim, a distância e o tempo foram reduzidos ao passado que o conhecimento também foi desenvolvido. O homem passou a estar cada vez mais conectado com o próximo e com o mundo, isso de forma quase instantânea.
O nome desse fenômeno ficou conhecido como Globalização.
A globalização é rompimento de barreiras físicas e temporais que passou a conectar diferentes culturas, línguas, tradições, história e escolhas.
Consequências da Terceira Revolução Industrial
As consequências da Terceira Revolução Industrial foram diversas e seguem, ainda, atuais. Seja no campo da ciência, da indústria, da tecnologia, na sociedade ou na economia.
Essa fase ainda pode ser visível nos dias atuais, assim como os seus resultados. Aliás, são muitos os bens que foram produzidos inicialmente neste período que ainda são encontrados — e usados — atualmente. Com versões atualizadas ou não, como por exemplo os eletrônicos.
Isso porque a alta tecnologia possibilitou a criação de novos softwares e máquinas responsáveis pelo desenvolvimento da internet. Assim, notebooks e computadores pessoais passaram a tomar o mercado de vez, e versões mais eficientes e menores foram substituindo máquinas anteriores.
Também vimos a aparição dos chips e outros aparelhos eletrônicos.
A energia atômica também passou a ser utilizada. Foram criados o foguete de longo alcance e o satélite. Os telefones foram aprimorados, resultando na tecnologia móvel.
E a medicina também sofreu impacto com a tecnologia. Agora, temos um novo campo de estudo chamado biotecnologia, graças ao campo da genética. Assim, pudemos acompanhar o surgimento de novas medicações, além tratamentos e prevenções de doenças mais eficientes.
Todas essas criações desenvolveram novas relações sociais conforme a vida da população ficou mais prática. A internet e os eletrônicos diminuíram a distância e o tempo. Milhões de mensagens, imagens e informações são enviadas instantaneamente, independentemente da localização geográfica.
Esta fase da revolução industrial também foi responsável por catapultar o aumento de multinacionais. A economia também cresceu, abrindo espaço para um capitalismo financeiro e consolidado, passando a determinar todas as transações e estratégias do mercado financeiro.
E as indústrias ganharam o mundo. Até mesmo em países periféricos, graças à toda a economia gerada.
Consequências Negativas da Terceira Revolução Industrial
Apesar de todas as mudanças positivas que mencionamos acima, essa fase da revolução industrial também trouxe consequências não tão favoráveis a sociedade.
Por exemplo, todo o avanço tecnológico colaborou com a mudança da relação do homem com o processo produtivo. A nova norma passou a ser: produzir mais em menor tempo possível, demandando cada vez mais o uso intenso dos recursos naturais, preocupando ambientalistas e estudiosos.
A desvalorização da mão de obra também é outra questão marcante desta fase. Ao substituir a manufatura pela maquinofatura, as condições exploratórias de trabalho passaram a ganhar mais espaço.
Assim, as relações entre empregado e empregador ficaram mais agressivas. Taxas de desemprego e de trabalhos informais cresceram significantemente.
Países Presentes na Terceira Revolução Industrial
Como você pode ter visto anteriormente, a Europa Ocidental era o principal e único polo impactado pelo início e pela segunda fase da Revolução Industrial.
Já na terceira fase dessas mudanças, a industrialização conseguiu se espalhar para outros países, como, por exemplo, Estados Unidos, Japão e Alemanha. Depois, percorreu o mundo inteiro.
No período imediato após o término da Segunda Guerra Mundial, países como o Japão e Alemanha, que foram devastados, entraram em um processo de recuperação.
Os Estados Unidos, graças ao Plano Marshall, conseguiu atuar junto aos seus aliados na reconstrução dessas nações. Especialmente no âmbito financeiro. Uma vez reestabelecidos, esses países começaram a priorizar setores como a tecnologia e a ciência.
Agora que você já teve uma pequena revisão sobre todas as fases anteriores da Revolução Industrial, chegou a hora de entender mais um pouco sobre algumas características da industria 4.0.
A Internet da Coisas para a Indústria 4.0
Mencionamos o termo aqui anteriormente, mas chegou a hora de entender o que é a Internet das Coisas (IoT, Internet of Things, em inglês).
IoT é a capacidade de permitir a comunicação direta entre diversos equipamentos, que pode ser ou não de uso pessoal, e os seus usuários. Tudo isso através de conexões sem fio ou sensores. Essa comunicação permite o registro contínuo de dados sobre o uso desses objetos, entre outros.
Dá para entender um pouco como a indústria se beneficia disso? As máquinas passam a registrar dados e operações que conseguem trazer seus resultados para funcionários ou para setores que entendem como a atividade de seus serviços está sendo afetada.
Para um objeto inteligente ser identificado, ele precisa possuir alguns desses aspectos:
- Capacidade de enviar e receber informações a outros dispositivos;
- Capacidade básica de processamento de dados;
- Deve ser identificável por nome e possuir um endereço online;
- Possuir sensor de fenômeno físico, como calor, luz, entre outros.
A Internet das Coisas é reconhecida como a grande tendência tecnológica atual do mercado. Os objetos inseridos dentro desse conceito conseguem gerar dados de forma contínua, e a tecnologia de Big Data armazena os mesmos dados para ser utilizado em outra etapa.
O que é a indústria 4.0: como se preparar?
Com a chegada da indústria 4.0, uma série de mudanças deverá ser aplicada no funcionamento da sua fábrica ou industria. Todas elas convergirão para um novo modelo de negócios, não há dúvidas que a sua realidade irá mudar!
Alguns dos benefícios que a indústria 4.0 promete implementar uma vez que forem introduzidas ao seu ambiente de trabalho são: a potencialização do seu alcance digital, venda de novos tipos de produtos e novos serviços.
Essa transformação envolverá toda a sua empresa e funcionários, reverberando ao ecossistema de parceiros, fornecedores, distribuidores e clientes.
Confira dicas essenciais para se preparar para a indústria 4.0.
Desenhe uma estratégia de entrada que seja realista para a indústria 4.0
O planejamento será o seu melhor amigo para implementar todas as mudanças que a nova realidade das indústrias pede.
Em primeiro lugar, você terá de avaliar a maturidade digital do seu negócio. Assim, ficará mais fácil definir quais metas e como será possível reduzir o gap. Projete o lugar onde você precisa estar para que tudo dê certo. Assim, será mais fácil priorizar medidas que terão mais valor ao seu negócio.
Alinhe-as também a sua estratégia geral. É essencial que todas as lideranças e setores da sua empresa estejam de acordo com essa abordagem a ser implementada.
Estruture o seu projeto-piloto
Começar pelo projeto-piloto é uma boa estratégia para não errar a mão e já cair na prática. É essencial que nesse momento você entenda quais deverão ser as mudanças aplicadas para o seu setor.
Dessa forma, você pode tentar obter provas e cases de sucesso que se assemelham ao seu modelo de trabalho. Sobretudo, essa experiência deverá ajudar você a entender quais são as práticas que funcionam ou não.
Para os primeiros pilotos, tente implementar o conceito de end-to-end da indústria 4.0. Ou seja: tente pensar nos insumos até a entrega final ao cliente, sem deixar de lado também o serviço de pós-venda.
Procure também respirar a inovação digital! Tenha em mente que essa revolução chegou e não tem data para ir embora, e veio com o intuito de melhorar todos os seus processos internos e externos.
Esse momento será a chave para crescer a sua empresa, tanto em termos de lucros, como redução de custos e aplicação de novas e melhores práticas.
Avalie o seu projeto e passe a estipular o que vem a seguir
Com base em tudo que você testou até agora, seja com seus estudos ou aplicações de projetos-piloto, chegou a hora de identificar quais serão os recursos necessários para atingir os seus objetivos.
Desenvolva um planejamento para que todos os setores da sua fábrica sejam atingidos. Inclua também facilitadores tecnológicos, como uma estrutura mais ágil de Tecnologia da Informação (T.I.), interfaces bem desenhadas. Esses pontos poderão ser benéficos para impulsionar os processos de negócios.
Inclua estratégias para recrutar ou desenvolver mais os seus colaboradores e tente atrair as parcerias certas. O sucesso da sua empresa implementando as estratégias da indústria 4.0 dependerá das habilidades e conhecimentos de todos os empregados que fazem parte da sua companhia.
Solução completa de produtos e serviços
Comece a desenvolver uma solução completa de todos os produtos e serviços exclusivamente para os seus clientes.
Pode ser por meio de parcerias ou através de plataformas já existentes, caso você não possua como desenvolver uma nova oferta que seja mais abrangente.
Os maiores avanços em desempenho ocorrerão quando você, ao estar em contato com esse ecossistema de parceiros, entender ativamente o comportamento do consumidor. Assim, você poderá orquestrar um papel único para a sua empresa.
Análise de dados é uma necessidade
É muito importante o papel da análise de dados na sua empresa. Ao estar ligados estreitamente às suas prioridades e estratégias, os dados servirão para verificar o sucesso — ou fracasso — do seu plano.
Desenvolva modelos que combinem dados de diferentes setores do seu negócio e aplique-os ao maior número possível de áreas. Por exemplo, dados de qualidade, de logística, de pós venda ou o de funções de engenharia.
Será necessário que essa análise sirva como uma forma de fazer com que a sua empresa se destaque ou que consiga obter novos clientes.
Aprender a extrair o valor das planilhas com sistemas integrados lhe mostrará como adaptar os seus serviços às necessidades dos clientes, e permitirá que a sua companhia melhore os processos utilizados.
Seja um promotor da cultura digital
Isso mesmo! Para capturar tudo o que a indústria 4.0 pode oferecer a sua corporação, esteja atento às mudanças do cenário e como implementá-las na sua empresa. Ao promover a cultura digital, o seu quadro de colaboradores passará a pensar e agir como nativos da tecnologia.
Isso é, estarão dispostos a experimentar, aprender novas formas de funcionamento e até mesmo de adaptação aos processos diários em conformidade.
É importante também ressaltar que a mudança não acaba uma vez que você implemente todas essas estratégias. Isso porque, para ficar à frente dos concorrentes, é preciso se reinventar constantemente e mais rápido do que em tempos anteriores.
Em resumo, podemos dizer que a indústria 4.0 e suas tecnologias é uma forma de aplicar a internet das coisas à manufatura. Assim, teremos a comunicação contínua entre sistemas físicos uns com os outros, assim como novas possibilidades e formas de trabalho, como o home office, por exemplo.
Mesmo assim, as indústrias brasileiras ainda estão muito tímidas no que se refere essa revolução. Ou seja, chegou a hora de mostrar para a concorrência que a sua empresa é capaz de se modernizar e abarcar todas as mudanças dessa era digital!
Conteúdo com informações bem importantes, gostei.
Muito interessante! As mudanças na indústria e os avances tecnológicos da gestão de transportes logística estão a construir um futuro muito melhor para todos.