Vinho: sem regras, com tendências
Aprecia vinhos, mas ainda fica em dúvida na hora de escolher o rótulo? Interessou-se pelos leilões de vinho, mas não sabia exatamente qual selecionar?
O consultor e especialista de vinhos Deco Rossi ressalta que, além da bebida ter características muito particulares a cada paladar, não há regras que definem se um vinho é bom ou ruim ou que prevejam expectativas. Tudo é muito relativo, seja um rótulo tinto, branco ou rosé, mas há tendências que podem ajudar em frente à adega ou na hora de dar o lance.
Veja algumas dicas que preparamos para você:
Envelhecimento do vinho
Quando os vinhos envelhecem, perdem notas frutadas e maduras e ganham aromas que, dependendo da região em que foram produzidos, podem ter características de terra, couro e madeira.
A tendência — não a regra — é de que vinhos europeus, principalmente, franceses, portugueses, espanhóis e italianos, tenham uma melhor capacidade de envelhecimento. Contudo, vinhos do chamado “novo mundo”, fora desse eixo europeu, como os sul-americanos, australianos e sul-africanos, também podem surpreender no sabor quando envelhecidos.
Vinhos tintos geralmente envelhecem melhor por terem mais estrutura; vinho do porto, por ter mais álcool, também se mantém por mais tempo.
Alguns vinhos brancos, como o de Borgonha, ao perderem o aroma de frutas maduras, ganham caráter mais oxidativo e notas de frutas secas, como a uva passa. Já os rosés não são produzidos para envelhecerem.
Apesar da predisposição das uvas para determinadas características de envelhecimento, Deco reforça: “O universo do vinho é muito delicado e sujeito a detalhes que variam de um rótulo para outro”.
Uvas e seus sabores
Cabernet Sauvignon
Tem uma das melhores capacidades de envelhecimento. Por ser encorpado e bem estruturado, harmoniza muito bem com carnes vermelhas.
Malbec
Quanto maior a altitude em que essa uva é cultivada, mais ácido e floral tende a ser o vinho. A malbec traz aromas que remetem a frutas vermelhas e ameixas mais doces.
Chardonnay
Uma das uvas brancas mais difundidas no mundo. Pode gerar, principalmente, vinhos secos e espumantes.
Pinot Noir
Uva cultivada em regiões mais frias, produz, principalmente, vinhos delicados e espumantes.
Merlot
Uva que oferece maciez ao vinho, trazendo notas que também remetem a frutas vermelhas.
Taças importam?
Sim! Entretanto, lembre-se de que não há regras consolidadas para os vinhos, assim, ainda que o consumidor não tenha uma imensa variedade de taças, isso não impede o prazer de beber vinhos.
Uma taça considerada “curinga” é a ISO (International Standards Organization), que, por ser utilizada em degustações técnicas, combina com uma grande diversidade de vinhos.
As taças de cristal oferecem mais leveza. Devido ao material fino e à porosidade, essas taças aumentam a quebra de moléculas e geram maior concentração de aromas.
Segundo Deco, para vinhos mais estruturados e com alto teor de tanino, o consumidor pode dar preferência a taças Bordeaux.
Por terem a borda mais fechada, podem concentrar melhor os aromas. Já os vinhos mais delicados pedem taças do tipo Borgonha, com formato de balão que facilita o contato com o ar e diminui a acidez.
Ideais para estações mais quentes, vinhos brancos precisam de taças menores que as de vinho tinto, já que evitam a troca de calor com o ambiente e dificultam o aumento da temperatura do vinho.
Combinações com pratos
Precisa de um vinho que combine melhor com o prato que você irá preparar para determinada ocasião? Mais uma vez, não há regras consolidadas para tal, mas direções que tendem a agradar mais os o paladar:
O encorpado Malbec harmoniza bem com carnes, que também são estruturadas. Costela de porco, fondue de carne e churrasco, por exemplo, são boas opções quando o vinho da mesa é esse.
Vinhos de sobremesa, que trazem um teor mais elevado de açúcar são ideais para serem apreciados com queijos azuis, como gorgonzola, roquefort e danablu.
O vinho do porto combina muito bem com chocolate, especialmente, nos dias mais frios. Um tem capacidade para realçar o sabor do outro, trazendo variadas combinações do chocolate amargo com o porto doce ao chocolate e porto frutados.
O champagne faz um belo par com as ostras. Já o sauvignon blanc pode ficar ainda melhor acompanhado pelo queijo de cabra.
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