Mofo branco na soja: o que é, diagnóstico e tratamentos

Mofo branco na soja: o que é, diagnóstico e tratamentos

O mofo branco na soja é uma das doenças fúngicas mais graves em uma lavoura de soja nos dias de hoje. O patógeno causa sérios danos às plantas e reduz, significativamente, o rendimento da safra e a qualidade das sementes.

Ou seja, com as informações acima, podemos perceber que controlar essa doença nas lavouras de soja é um grande desafio para o produtor, devido à sua alta capacidade de disseminação e à habilidade do fungo em sobreviver em condições adversas.

Pensando nisso, a Superbid trouxe um conteúdo completo, não só sobre o mofo branco na soja e como ele pode ser prejudicial para as lavouras, mas também com algumas ótimas dicas para o tratamento dessa doença. Continue a leitura para saber mais.

Como identificar o mofo branco na soja?

O mofo branco na soja (Sclerotinia sclerotiorum) é uma doença fúngica que pode causar sérios danos às plantações. A identificação precoce é crucial para o manejo eficaz. A seguir, apresentamos os principais sinais e estágios de desenvolvimento dessa doença:

Mofo branco na soja: o que é, diagnóstico e tratamentos

Sintomas iniciais

Os primeiros sintomas do mofo branco na soja aparecem como manchas aquosas nas partes baixas da planta, especialmente em folhas caídas e ramos laterais. Essas manchas evoluem para uma coloração castanho-claro.

Desenvolvimento do micélio

Após a aparição das manchas, forma-se um micélio branco e denso. O micélio é o conjunto de hifas, que são as unidades estruturais do fungo. Este crescimento branco é visível principalmente em áreas úmidas da planta.

Murcha e amarelecimento das folhas

Conforme a infecção avança, as plantas começam a apresentar murcha e amarelecimento das folhas, um sinal claro de que a doença está se espalhando.

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Formação de escleródios

Em estágios mais avançados, o micélio branco transforma-se em escleródios, que são massas negras e rígidas. Os escleródios podem ser encontrados na haste e nas vagens da planta, tanto na superfície quanto no interior. Estes escleródios são estruturas de sobrevivência do fungo, permitindo que ele permaneça viável no solo por muitos anos.

Estágios críticos de desenvolvimento

A doença tem maior incidência durante a fase de floração plena (R2) até o início da formação de grãos (R4 a R5). Durante esses estágios, a atenção deve ser redobrada para identificar e manejar a doença precocemente.

Sinais visuais clássicos

  • Manchas aquosas: as primeiras manchas aparecem nas folhas, ramos e hastes, geralmente em áreas com alta umidade.
  • Micélio branco: um crescimento branco, parecido com algodão, aparece na superfície das áreas infectadas.
  • Escleródios: massas negras e rígidas que aparecem após alguns dias da infecção inicial. Esses escleródios podem ser vistos tanto na superfície quanto dentro das hastes e vagens.
  • Murcha e amarelecimento: folhas começam a murchar e amarelar, frequentemente levando à desfolha.

Mofo branco na soja: ciclo de vida e propagação

O mofo branco na soja possui um ciclo de vida complexo, composto por várias etapas que facilitam sua persistência e disseminação na lavoura. A compreensão desse ciclo é essencial para implementar estratégias eficazes de controle.

Etapas do ciclo de vida

O ciclo de vida do mofo branco começa com a germinação dos escleródios presentes no solo. Esses escleródios podem chegar ao talhão de diferentes formas, como restos de culturas anteriores, vento, água ou animais. A germinação dos escleródios pode ocorrer de duas maneiras: carpogênica e miceliogênica.

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A germinação carpogênica acontece quando há condições adequadas de umidade e temperatura. Nessa forma, os escleródios produzem apotécios, que são estruturas reprodutivas que liberam esporos no ar. 

Já a germinação miceliogênica ocorre quando os escleródios germinam diretamente no solo, produzindo micélio que infecta a planta ao entrar em contato com as raízes.

Após a infecção inicial, o fungo penetra na planta, geralmente através de folhas caídas ou ramos laterais, desenvolvendo um micélio branco que se espalha pelo tecido vegetal. O fungo se prolifera dentro da planta, causando lesões que podem se expandir e provocar murcha, amarelecimento e desfolha.

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À medida que a infecção progride, o micélio branco transforma-se em escleródios negros e rígidos, que se desenvolvem na haste e nas vagens da planta. Esses novos escleródios caem no solo juntamente com restos de plantas infectadas, podendo permanecer viáveis por vários anos e servir como fonte de inóculo para a próxima safra.

Propagação do mofo branco na soja

A disseminação do mofo branco na soja é facilitada por vários fatores. Hospedeiros alternativos, como outras culturas e plantas invasoras, podem abrigar o fungo e ajudar na sua disseminação. 

Fatores ambientais também desempenham um papel crucial; condições climáticas como alta umidade e temperaturas amenas favorecem a germinação dos escleródios e a propagação do fungo.

Além disso, a disseminação física do fungo é um aspecto importante. O vento, a água e animais podem transportar esporos e escleródios para novas áreas, ampliando o alcance da infecção. 

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Práticas agrícolas também influenciam a propagação. Atividades como aração e colheita podem espalhar escleródios no campo, enquanto restos de culturas infectadas deixados no solo aumentam a carga de inóculo para as safras subsequentes.

Resumo do ciclo de vida e propagação

O ciclo do mofo branco na soja inicia com a germinação dos escleródios, que pode ser carpogênica ou miceliogênica, seguida pela infecção da planta e desenvolvimento do micélio. O fungo prolifera, causando lesões e produzindo novos escleródios, que se dispersam no solo e servem como inóculo para futuras safras. 

A propagação é facilitada por hospedeiros alternativos, condições ambientais favoráveis e práticas agrícolas inadequadas. A compreensão detalhada dessas etapas é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de manejo e controle da doença na cultura da soja.

Maiores desafios do manejo do mofo branco na soja

O manejo do mofo branco na soja apresenta diversos desafios, especialmente considerando a persistência do fungo no solo e a facilidade de disseminação. A seguir, discutimos as principais estratégias e cuidados necessários para lidar com essa doença, tanto em áreas indenes quanto em áreas já afetadas.

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Prevenção em áreas indenes

Em áreas ainda livres do patógeno, a prevenção é fundamental. A qualidade das sementes é um ponto crítico: todas as sementes utilizadas devem ser inspecionadas e certificadas para evitar a introdução do fungo. Sementes de nabo, por exemplo, são conhecidas fontes disseminadoras de mofo branco e devem ser cuidadosamente verificadas.

Além disso, a limpeza rigorosa dos maquinários agrícolas é essencial. Equipamentos como plantadeiras podem carregar escleródios de uma área infectada para outras áreas. A remoção de restos culturais e partículas de solo dos maquinários antes de sua movimentação é uma prática recomendada para prevenir a disseminação do patógeno.

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Manejo em áreas com histórico de mofo branco

Para áreas com histórico de mofo branco, o manejo deve integrar várias estratégias. A modificação das práticas culturais é muitas vezes necessária para reduzir o potencial de inóculo e criar condições desfavoráveis ao desenvolvimento da doença. Algumas dessas estratégias incluem:

  • Rotação de culturas: a rotação com culturas não hospedeiras ajuda a interromper o ciclo do fungo.
  • Controle de plantas daninhas: eliminar plantas daninhas hospedeiras pode reduzir a presença do fungo.
  • Formação de palha: um grande volume de palha pode atuar como uma barreira física, dificultando a passagem dos esporos.
  • Ajustes no espaçamento: em áreas com alta incidência, aumentar o espaçamento entre linhas, utilizar cultivares mais eretas com menor área foliar e reduzir a densidade de plantas são práticas que podem melhorar a aeração e facilitar a penetração de fungicidas.

Controle biológico

Em solos infestados com escleródios, o uso de microrganismos antagonistas é uma estratégia de controle biológico eficaz. Microrganismos como a bactéria Bacillus subtilis e fungos do gênero Trichoderma são capazes de reduzir a produção de esporos e a taxa de infecção do mofo branco nas plantas. Estes microrganismos devem ser aplicados de maneira preventiva, com antecedência à época de maior risco de infecção.

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Como tratar mofo branco na soja?

Para tratar o mofo branco na soja, é essencial adotar medidas de manejo integrado que visem a prevenção e o controle eficaz da doença. A seguir, apresentamos algumas estratégias recomendadas, atualizadas para oferecer uma visão mais completa aos leitores.

Monitoramento regular

Realize inspeções periódicas na lavoura para identificar precocemente a presença do mofo branco. Fique atento aos sintomas da doença, como manchas aquosas, micélio branco e escleródios negros. O monitoramento contínuo é fundamental para detectar e tratar a doença antes que ela cause danos significativos.

Controle químico

Ao identificar os primeiros sintomas do mofo branco na soja, a aplicação de fungicidas pode ser uma medida eficaz. Pulverize fungicidas no início do florescimento ou durante a floração da planta. A escolha do fungicida deve ser baseada em testes de eficácia e nas recomendações de especialistas, como agrônomos e consultores técnicos. 

A aplicação deve ser feita de forma criteriosa, respeitando as doses e os intervalos recomendados para evitar resistência do patógeno.

Rotação de culturas

Evite o plantio contínuo de soja na mesma área. A rotação de culturas é uma estratégia eficaz para quebrar o ciclo de vida do patógeno e reduzir a disponibilidade de hospedeiros para a infecção. Espécies como milho, sorgo, milheto, aveia branca e trigo são resistentes ao fungo e são recomendadas pela Embrapa para rotação.

Tratamento de sementes

Antes do plantio, trate as sementes com fungicidas apropriados. Esse tratamento ajuda a reduzir a presença do fungo nas sementes e protege as plântulas nos estágios iniciais de desenvolvimento. Utilizar sementes certificadas e tratadas é uma prática recomendada para minimizar o risco de infecção.

Manejo de resíduos de cultura

Após a colheita, realize a destruição adequada dos resíduos de cultura, pois eles podem servir como fonte de inóculo para a próxima safra. A incorporação dos resíduos no solo pode ajudar a reduzir a carga de escleródios na superfície. Além disso, a compostagem dos resíduos pode ser uma prática eficaz para decompor os escleródios.

Preparo do talhão

Adotar práticas adequadas de preparo do talhão pode ajudar na prevenção da infestação do mofo branco. A adubação correta no pré-plantio e o aumento do espaçamento entre linhas podem evitar condições favoráveis ao desenvolvimento do patógeno. O espaçamento adequado permite melhor circulação de ar entre as plantas, reduzindo a umidade e, consequentemente, a proliferação do fungo.

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Mofo branco na soja: orientação técnica

O manejo do mofo branco na soja pode variar dependendo das condições específicas de cada região e das recomendações técnicas. Portanto, é crucial buscar a orientação de um agrônomo para auxiliar no combate à doença. O acompanhamento técnico profissional garante que as estratégias de manejo sejam ajustadas às particularidades do solo, clima e variedades de soja cultivadas.

A prevenção é a chave em áreas indenes, enquanto em áreas já afetadas, a implementação de práticas culturais e biológicas pode ajudar a mitigar os impactos. A compreensão do ciclo de vida do fungo e das condições que favorecem sua propagação permite aos agricultores tomar medidas proativas para proteger suas lavouras.

Com um manejo adequado, é possível controlar o mofo branco, minimizar os danos e assegurar a sustentabilidade da produção de soja. A continuidade da pesquisa e do desenvolvimento de novas técnicas de controle será fundamental para enfrentar esse patógeno de maneira ainda mais eficaz no futuro.

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