Tratores e máquinas: faltam peças para atender a demanda
A crise por conta da pandemia da Covid-19, mesmo com a campanha de imunização mundial sendo executada da melhor maneira possível, ainda causa uma série de problemas em relação à indústria e montagem de tratores e máquinas.
Os prazos para entregas dessas máquinas chegam a até 8 meses no país, fazendo com que as empresas busquem outras formas de solucionar o problema. Uma das formas que tem crescido bastante nos últimos tempos é a aquisição de usados e em leilão.
Através de um artigo jornalístico, vamos falar um pouco mais sobre essa escassez do mercado e a solução que tem entrado em vigor. Acompanhe o conteúdo para saber mais!
Demanda de peças baixa para a montagem de tratores e máquinas
Em uma semana falta um tipo de pneu, na outra falta alguma peça ou parafuso de liga de aço, logo após faltam semicondutores ou chicotes especiais e assim, os pedidos vão se acumulando nas fábricas de tratores e máquinas agrícolas.
Com os prazos de entrega indo de cinco para oito meses, a questão principal é que a demanda do campo por máquinas e implementos agrícolas segue firme desde antes da pandemia da Covid-19.
A vice-presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) Ana Helena C. de Andrade lamenta sobre a situação atual “Estamos demorando para capturar a nova onda de capitalização do agronegócio do Brasil, justamente porque a nossa cadeia de suprimentos tem rupturas de oferta em decorrência da pandemia e paradas na produção mundialmente”.
A projeção, segundo a Ana, é que enquanto a vacinação em massa não estiver disseminada, não só em todo o Brasil como em países que são os grandes fornecedores mundiais, como China e Índia, a produção de tratores e máquinas agrícolas continuará correndo atrás das demandas.
A cada recorde na produção agrícola, especialmente após a escalada na produção da valorização do dólar em relação ao real, a procura por tratores e máquinas cresceu ainda mais. A projeção da Anfavea para o mercado externo é um crescimento em 2021 de 5% das vendas de máquinas agrícolas – de 41,8 mil para 43,8 mil unidades – sobre 2020, mesmo com os problemas com os problemas de escassez.
De acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Máquinas (Abimaq) a exportação de máquinas e implementos agrícolas já caíram 22,3% no acumulado de janeiro a maio de 2021 ante igual ao período de 2020, apesar do dólar favorável em decorrência dos descompassos na produção local.
Ao mesmo tempo, os estoques das empresas com sede no Brasil baixam
Os estoques das redes de concessionárias brasileiras de marcas como Case, John Deere, New Holland e Massey Ferguson – que tem no país uma das maiores redes de distribuição do mundo – estão cada vez mais baixos. Inclusive, em algumas áreas mais sensíveis como as de peças para reposição.
“Os investimentos no Brasil continuam firmes. Adquirimos recentemente a PLA da Argentina, que faz plantadeiras e pulverizadores, para ampliar a nossa linha de oferta regional e conservar a liderança em soluções mais completas para o campo”, diz Cristiano Correia, diretor de marketing da empresa John Deere para América latina.
A empresa foi uma das primeiras a ofertar máquinas autônomas (máquinas que dispensam o operador) para o campo há 20 anos. O Brasil é referência em tecnologia de ponta no agronegócio globalmente, tanto que os lançamentos da empresa são simultâneos, tanto nos EUA quanto aqui.
Hoje, um dos maiores empecilhos entre os fabricantes de tratores e máquinas pesadas, além de oferecer as suas linhas de crédito de bancos próprios, é ampliar a rede de internet, sobretudo para as novas fronteiras agrícolas.
Segundo Eduardo Penha, diretor de marketing para a América do Sul da Case IH, esse gargalo levou grandes fabricantes de máquinas agrícolas a se juntarem a empresas de telecomunicações e a criação, há três anos, da Associação Conecta Agro para ampliar o acesso à internet banda larga em propriedades agrícolas.
“A agricultura de precisão e o elevado grau de conectividade com a expansão do uso de máquinas autônomas e dos computadores de bordo com GPS permitem comandar, controlar e fazer manutenção a distância e em tempo real. Isso gerou uma demanda reprimida elevada pela internet em áreas remotas das novas fronteiras agrícolas”, diz Penha.
É comum, segundo ele, o gerenciamento e controle a partir de São Paulo de frotas agrícolas que estão operando no Mato Grosso e Goiás.
O mercado brasileiro atrai novas marcas!
O vigor do mercado brasileiro no mercado de tratores e máquinas agrícolas atrai novos players. A coreana LS Tractor não se intimidou em vir disputar com os gigantes mundiais de pequenas e médias propriedades rurais com os tratores de 25 cv a 145 cv, adequados aos terrenos coreanos, mas limitados a extensões agrícolas como o cerrado.
André Renato, vice-presidente do grupo LS Mtron no Brasil diz: “Por termos produtos customizados, somos campeões de vendas para o café, estamos chegando na liderança em horticultura e alguns segmentos de fruticultura, como laranja e uva, além da agricultura familiar. Estamos trabalhando para fortalecer a nossa presença na pecuária de leite e corte”.
Com um aumento de 30% nas vendas desse ano sobre 2020, a fila de espera para os tratores da empresa é de 120 dias.
A procura por tratores e máquinas de leilão por conta da escassez do mercado
A escassez de tratores e máquinas agrícolas novas, fez com que a procura por equipamentos de leilão crescesse nos últimos tempos. Esses leilões de frotas de usados de grandes produtores rurais são cada vez mais concorridos.
Marcelo Pinheiro, diretor técnico da Mais Ativo, a plataforma de leilões virtuais de máquinas agrícolas do grupo Superbid, afirma que a disputa por colheitadeiras, tratores e máquinas pesadas, especialmente para as culturas de cana e soja, é vertiginosa e que 30 dias antes do leilão, quando as regras e a lista de frotas a serem leiloadas são divulgadas, há fila de inscrição para os eventos.
“Ele acrescenta que de 2019 para cá, os itens para irrigação e pulverização são os seminovos mais disputados. No geral, as transações em nossa plataforma passaram de cinco mil transações por ano, para cem mil”, diz Marcelo.
De fato, o crescimento do mercado de leilões foi intenso nos últimos tempos e nada melhor de saber disso com quem entende do assunto, como nós da Superbid.